Leia o texto a seguir.

O Aqüífero Guarani constitui-se em um sistema hidroestratigráfico Mesozóico, formado por sedimentos flúviolacustres de idade Triássica (Formação Pirambóia) e por depósitos de origem eólica de idade jurássica (Formação Botucatu). É a denominação formal dada ao reservatório de água subterrânea doce, pelo geólogo Danilo Anton em homenagem à nação Guarani que habitou essa região. Trata-se de um Aqüífero transfronteiriço que se estende por quatro países: Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.

Adaptado de ZANATTA, L. C. et. al. Qualidade das águas subterrâneas do Aqüífero Guarani para abastecimento público no Estado de Santa Catarina. XV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Natal, 2008.

Com base nos conhecimentos sobre o Aquífero Guarani e águas subterrâneas, assinale a alternativa correta.

Resposta correta: Alternativa E

Tema e síntese teórica: aquíferos são formações geológicas que armazenam e conduzem água subterrânea. Eles reabastecem-se por infiltração (recarga), alimentam rios por vazão de base e sustentam ecossistemas, atividades econômicas e abastecimento humano. Em escala regional e global há interação contínua entre água subterrânea e superficial (ver ANA, IAH, USGS).

Por que a alternativa E está correta: a afirmativa diz que os aquíferos abastecem a região onde estão inseridos e colaboram com a dinâmica ambiental, econômica e social, mantendo a interação entre águas subterrâneas e superficiais. Isso é consistente com o papel hidrológico real dos aquíferos — por exemplo, o Aquífero Guarani fornece água para consumo, mantém rios e zonas úmidas durante períodos secos e suporta atividades agrícolas e industriais (fonte: ANA; IAH). Portanto, a alternativa descreve corretamente a função integrada dos aquíferos.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: afirmar que a principal característica das águas subterrâneas é ser potável em toda a extensão do aquífero é um exagero. Qualidade varia espacialmente (salinidade, nitratos, metais, contaminação pontual). Nem toda água subterrânea é própria para consumo sem tratamento (fonte: protocolos de qualidade da OMS e estudos de hidrogeologia).

B — Incorreta: embora existam estudos extensos sobre o Aquífero Guarani, o conhecimento não é absoluto e a gestão transfronteiriça enfrenta desafios técnicos, institucionais e políticos. A frase pretendeu transmitir segurança total de gestão e restrição a “países da borda oriental”, o que torna a alternativa imprecisa.

C — Incorreta: a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010) impõe obrigações, mas a elaboração de planos diretores municipais e sua implementação não garantem automaticamente a qualidade das águas infiltradas. A afirmação é normativa e garante mais do que a lei assegura na prática.

D — Incorreta: não existe proteção automática contra poluição pela simples formação do aquífero. A vulnerabilidade depende de cobertura, tipo de solo, profundidade do lençol e conexões com superfícies. Muitos aquíferos já foram contaminados por atividades humanas (agroquímicos, esgoto, vazamentos).

Dica de prova: desconfie de termos absolutos como “principal característica é”, “obrigados a” e “estão protegidos” — eles costumam indicar alternativas falsas. Procure por conceitos-chave: recarga, interação água superficial/subterrânea, variabilidade espacial da qualidade e gestão transfronteiriça complexa.

Fontes sugeridas: Agência Nacional de Águas (ANA), International Association of Hydrogeologists (IAH), Lei n.º 12.305/2010 (PNRS), manuais de hidrogeologia e publicações sobre o Aquífero Guarani.

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