No Texto 4, em “todo rio tem seu leito, suas margens,
seu limite, toda vez que ele avança além do seu leito
original provoca estragos, descalabros” o enunciador
faz, metaforicamente, referência ao curso de rios, para
falar da vida, do nosso desejo de administrá-la. Em relação
aos rios, seu comportamento, seus condicionantes,
bem como suas implicações, analise as afirmativas a seguir:
I - Enchentes compreendem um efeito direto do avanço das margens do rio para além do seu leito original e
consistem no aumento temporário do nível da água para
além da planície de inundação.II - Inundações compreendem o transbordamento das
águas de um canal de drenagem, chegando a atingir áreas
marginais como a planície de inundação.III - As enchentes tendem a atingir as populações que
habitam áreas sujeitas às inundações, que comportam, na
maioria das vezes, moradias de baixo custo.
IV - As planícies de inundação compreendem áreas outrora
totalmente ocupadas pelo respectivo rio e, por esse
motivo, são ambientes impróprios para a construção de
moradias.
Em relação às proposições apresentadas, assinale a única
alternativa que contém todos os itens corretos:
TEXTO 4
Não desejei a morte de minha filha. Ou desejei?
Aí é que reside a dúvida, é onde habita o nó
que nada nem ninguém no mundo tem o poder de
desatar. O inconsciente, desculpe-me a vulgaridade
do termo, minha filha, é uma merda. Sendo autônomo,
o inconsciente age por si, sem pedir licença nem
se revelar. Desejei ou não a morte de minha filha,
hein? Você pode responder a essa pergunta? Alguém
pode? Eu não posso. Busquei na fonte a resposta e ela
não veio. Como minha filha havia feito, busquei nas
águas do Cristal a cura imediata para uma dor que parecia
infinda. A ferida tinha sido cavada pelas águas,
então elas que tratassem de cicatrizá-la. O rio recusou
meu corpo, mas não a dor. Nem o aconselhamento.
Pediu tempo, apenas. Permaneci plantada no barranco,
juntando ao seu caudal minhas lágrimas secas.
Disseram que eu tinha enlouquecido, talvez tivesse
mesmo. Em diálogo profundo, as águas me fizeram
compreender verdades para as quais eu nunca havia
me atinado. Todo rio tem seu leito, suas margens, seu
limite, toda vez que ele avança além de seu leito original
provoca estragos, descalabros. O rio de nossa
vida não é diferente. Ele também está sujeito a limitações intransponíveis. Existe você e você; seu campo
de visão, a capacidade de administrar o próprio caudal.
Tem a hora de abrir e a hora de fechar as comportas.
Felicidade ou dor, a escolha é sua, depende do
grau de intensidade que você der a cada coisa. Hoje
posso dizer que me conheço um pouquinho, mesmo
assim, perguntas continuam sem resposta.
(BARROS, Adelice da Silveira. Mesa dos inocentes.
Goiânia: Kelps, 2010. p. 23.)
TEXTO 4
Não desejei a morte de minha filha. Ou desejei? Aí é que reside a dúvida, é onde habita o nó que nada nem ninguém no mundo tem o poder de desatar. O inconsciente, desculpe-me a vulgaridade do termo, minha filha, é uma merda. Sendo autônomo, o inconsciente age por si, sem pedir licença nem se revelar. Desejei ou não a morte de minha filha, hein? Você pode responder a essa pergunta? Alguém pode? Eu não posso. Busquei na fonte a resposta e ela não veio. Como minha filha havia feito, busquei nas águas do Cristal a cura imediata para uma dor que parecia infinda. A ferida tinha sido cavada pelas águas, então elas que tratassem de cicatrizá-la. O rio recusou meu corpo, mas não a dor. Nem o aconselhamento. Pediu tempo, apenas. Permaneci plantada no barranco, juntando ao seu caudal minhas lágrimas secas. Disseram que eu tinha enlouquecido, talvez tivesse mesmo. Em diálogo profundo, as águas me fizeram compreender verdades para as quais eu nunca havia me atinado. Todo rio tem seu leito, suas margens, seu limite, toda vez que ele avança além de seu leito original provoca estragos, descalabros. O rio de nossa vida não é diferente. Ele também está sujeito a limitações intransponíveis. Existe você e você; seu campo de visão, a capacidade de administrar o próprio caudal. Tem a hora de abrir e a hora de fechar as comportas. Felicidade ou dor, a escolha é sua, depende do grau de intensidade que você der a cada coisa. Hoje posso dizer que me conheço um pouquinho, mesmo assim, perguntas continuam sem resposta.
(BARROS, Adelice da Silveira. Mesa dos inocentes. Goiânia: Kelps, 2010. p. 23.)