Sobre a Revolução Informacional e suas implicações para a reorganização do mundo contemporâneo, podemos afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A
Tema central: a questão trata da Revolução Informacional (ou da sociedade em rede) e de como essa transformação tecnológica reorganiza a economia, a política e a geografia do desenvolvimento no mundo contemporâneo. É fundamental compreender conceitos como divisão digital, concentração de capital tecnológico e papel do Estado e das metrópoles.
Resumo teórico: A literatura clássica sobre o tema (Manuel Castells, The Rise of the Network Society, 1996) mostra que as tecnologias de informação criam redes globais, mas não nivelam automaticamente as condições socioeconômicas. O que se observa é uma concentração de infraestrutura, propriedade intelectual e capacidade de inovação em Estados e grandes corporações, reforçando desigualdades territoriais (divisão digital). Autores como Saskia Sassen complementam ao mostrar que cidades-metrópoles mantêm e ampliam funções financeiras e de comando.
Por que a alternativa A está correta: ela afirma que alguns Estados e um conjunto diminuto de grandes empresas controlam o essencial da revolução tecnológica, o que explica a reprodução do desenvolvimento geograficamente desigual. Isso é consistente com evidências sobre concentração de capital (Big Tech), patentes, centros de P&D, infraestrutura de fibra/servidores e hegemonia tecnológica (EUA, China, UE). Organismos e relatórios (ex.: UNCTAD, UNESCO) também documentam a persistência da divisão digital e da dependência tecnológica.
Análise das alternativas incorretas:
B — Falsa. O alcance planetário não garante acesso igualitário nem veracidade da informação. Há desigualdade de acesso, algoritmos que filtram conteúdo e ampla circulação de desinformação. A ideia de "aldeia global" (McLuhan) é insuficiente como previsão normativa da democratização.
C — Falsa. Ao contrário do "acentuado enfraquecimento" das metrópoles, muitas mantêm ou fortalecem funções de comando, controle e inovação. A descentralização produtiva existe, mas não elimina o papel estratégico das metrópoles como centros financeiros, tecnológicos e administrativos (Sassen).
D — Falsa. Fluxos informacionais transnacionais aumentam, mas não anulam o Estado-nação. Estados continuam regulando mercados digitais (ex.: GDPR, regras fiscais, políticas de soberania digital) e disputando poder sobre infraestrutura e normas.
Dica de interpretação: desconfie de enunciados absolutistas (palavras como "anulando", "amplo", "acentuado"); procure relações causais compatíveis com evidências: concentração de tecnologia tende a reproduzir desigualdades, não a eliminá‑las.
Fontes sugeridas: Manuel Castells (1996), Saskia Sassen (1991), relatórios UNCTAD/UNESCO sobre economia digital e divisão digital.
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