Da segunda metade do século XIX até a década de
1930, o café foi o principal produto econômico brasileiro sendo sua produção voltada, principalmente, à exportação. No Norte do Paraná, a cafeicultura permaneceu vigorosa até meados dos anos 1970. Em relação
à expansão cafeeira, atribua V (verdadeiro) ou F (falso)
às afirmativas a seguir.
( ) A ocupação do norte do estado do Paraná, considerando o vazio demográfico de populações nativas na região, ocorreu de forma pacífica e esteve associada à expansão econômica dos Campos Gerais.
( ) A Estrada de Ferro São Paulo-Paraná, nos anos
1930, permitiu o escoamento da produção econômica regional para o Porto de Santos, proveniente
do trabalho agrícola realizado por mão de obra migrante.
( ) A Companhia de Terras Norte do Paraná enfrentou
dificuldades para a aquisição das terras no processo de expansão da cafeicultura no norte paranaense, em função do seu alto custo.
( ) A região cafeeira norte-paranaense apresenta solos férteis, do tipo latossolos, e estações climáticas bem definidas, com verões quentes e invernos
frios, com risco de geadas severas.
( ) A implantação da cultura cafeeira no norte paranaense gerou problemas ambientais, como o desflorestamento da vegetação nativa, o assoreamento
dos cursos d’água e a contaminação do solo por
agrotóxicos.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo,
a sequência correta.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E (F, V, F, V, V)
Tema central: expansão da cafeicultura no Norte do Paraná — origem da ocupação, papel das ferrovias e da Companhia de Terras, características ambientais e impactos socioambientais. É tema recorrente em provas porque exige combinar história econômica, dinâmica migratória e geografia agrária.
Resumo teórico: Do final do século XIX ao XX o café orientou políticas de colonização e infraestrutura. No Norte do Paraná a colonização foi organizada por empresas (ex.: Companhia de Terras Norte do Paraná) e por ferrovias que ligaram a região aos portos, atraindo mão de obra migrante e formando grandes áreas de cultivo. Solos como terra roxa/latossolos favoreceram a cultura, mas a expansão trouxe desmatamento, assoreamento e uso intensivo de agrotóxicos.
Fontes de referência: estudos sobre a colonização do Norte do Paraná e a Companhia de Terras; publicações do IBGE sobre geografia agrária brasileira; bibliografia clássica sobre o ciclo do café (ex.: sínteses de história econômica do Brasil).
Justificativa detalhada (por item):
1º — Falso. A região não era totalmente “vazio demográfico”: havia populações indígenas e conflitos na ocupação. A colonização do Norte do Paraná foi marcada por disputa territorial, remoção e forte intervenção estatal/privada — não foi pacífica nem só derivada dos Campos Gerais.
2º — Verdadeiro. A estrada de ferro facilitou o escoamento até Santos e outras rotas; a produção coffeeira foi sustentada por mão de obra migrante (imigrantes europeus e migrantes internos) e trabalhadores assalariados/arrendatários.
3º — Falso. A Companhia de Terras Norte do Paraná atuou como agente promotor da colonização, adquirindo e loteando grandes extensões com apoio do Estado — o problema não foi o alto custo de aquisição, mas a organização da venda e atração de colonos.
4º — Verdadeiro. Solos férteis (terra roxa / latossolos derivados de basaltos) e clima subtropical com estações relativamente definidas favoreceram o cafeeiro; há ocorrência de geadas em alguns anos, com risco climático relevante para a cultura.
5º — Verdadeiro. A expansão levou a desflorestamento, erosão e assoreamento de rios, além do uso crescente de agrotóxicos — impactos ambientais bem documentados em estudos regionais.
Estratégia para provas: identifique termos absolutos (ex.: “vazio demográfico”, “ocorreu de forma pacífica”) — costumam indicar incorreção. Relacione infraestrutura (ferrovias) com escoamento e mão de obra; verifique consistência entre afirmação ambiental e o histórico conhecido do cultivo.
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