Atente para os excertos abaixo.

(1) “Seus defensores afirmam que as condições naturais especialmente as climáticas interferem na sua capacidade de progredir. Estabeleceu-se uma relação causal entre o comportamento humano e a natureza na qual tiveram esteio as teorias darwinistas sobre a sobrevivência e a adaptação dos indivíduos ao meio circundante.”

(CORREA, R. L. Região e Organização Espacial, São Paulo: Ática, 2007.)

(2) “Neste processo de trocas mútuas com a natureza, o homem transforma a matéria natural, cria formas sobre a superfície terrestre. Nesta concepção o homem é um ser ativo que sofre a influência do meio, porém que atua sobre este transformando-o.”

(MORAES, A. C. R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: HUCITEC, 1986.)

Os excertos acima estão relacionados às correntes do pensamento geográfico. Assim, pode-se afirmar corretamente que os excertos 1 e 2 representam respectivamente

Resposta: Alternativa C — Determinismo e Possibilismo.

Tema central: história do pensamento geográfico — como correntes explicam a relação entre natureza e sociedade. Essencial para provas: reconhecer palavras-chave que revelam se a natureza é apresentada como causa absoluta (determinismo) ou como limite/possibilidade que a ação humana pode transformar (possibilismo).

Resumo teórico: Determinismo ambiental sustenta que fatores naturais (clima, relevo, solo) condicionam ou determinam o desenvolvimento humano (autores e exemplos: Ellsworth Huntington; referências clássicas e críticas em Corrêa, 2007). Possibilismo, associado a Paul Vidal de la Blache, afirma que o meio oferece opções/limites, mas o homem é agente ativo que escolhe, adapta e transforma a paisagem (ver Moraes, 1986).

Por que a alternativa C é correta: o primeiro excerto fala em “condições naturais ... interferem na sua capacidade de progredir” e estabelece relação causal entre natureza e comportamento — descrição típica do determinismo. O segundo ressalta que “o homem transforma a matéria natural... é um ser ativo ... transforma-o” — definição clássica do possibilismo. As fontes do enunciado (Corrêa 2007; Moraes 1986) confirmam essa leitura.

Análise das alternativas incorretas: A — Geografia Crítica não corresponde ao excerto 1 (a crítica enfatiza relações sociais, economia e poder). B — A teoria teórico-quantitativa trata métodos e modelos, não de causalidade natural como no excerto 1, nem da ideia de transformação humana descrita no 2. D — Geografia Humanista foca percepções, sentido e experiência do espaço, não a ênfase técnica/operativa de “transformar a matéria natural” como no possibilismo.

Estratégia de prova: destaque termos como “determinam”, “causal”, “capacidade de progredir” → sinal de determinismo; e “transforma”, “ser ativo”, “atua sobre” → sinal de possibilismo. Evite confundir Geografia Humanista (subjetividade) com Possibilismo (ação sobre a natureza).

Referências rápidas: Corrêa, R. L. (Região e Organização Espacial, 2007); Moraes, A. C. R. (Geografia: Pequena História Crítica, 1986); leitura introdutória sobre Vidal de la Blache e Ellsworth Huntington em manuais de história da geografia.

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