Questão c26f8e1c-58
Prova:UFG 2010
Disciplina:Geografia
Assunto:Agricultura brasileira, Agropecuária

O cultivo da cana-de-açúcar no Brasil pode ser dividido em três fases, correspondentes aos períodos 1975-1987, 1988-2000 e 2000-2008. São características da terceira fase:

A
redução de áreas de pastagens e de plantio de soja e aumento da territorialidade do complexo agroindustrial sucroalcooleiro.
B
criação do Programa Brasileiro do Álcool e pressão das crises mundiais do petróleo no modelo energético.
C
desregulamentação do setor sucroalcooleiro e estagnação produtiva.
D
concentração do plantio de cana-de-açúcar nas áreas tradicionais e oscilação na produção de etanol.
E
produção de etanol visando à seguridade energética nacional ante um cenário instável e aumento da produção de açúcar.

Gabarito comentado

J
Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: expansão territorial e transformação do complexo agroindustrial sucroalcooleiro no início do século XXI. É preciso relacionar período (2000–2008) com fatores como demanda por etanol (veículos flex), investimentos privados, mecanização e mudanças no uso do solo.

Resumo teórico: entre 2000 e 2008 houve forte expansão da cana para o Centro‑Sul e cerrado, conversão de pastagens e áreas de soja em canaviais, aumento do número de usinas integradas a cadeias logísticas e maior protagonismo do setor privado. Esse processo aumentou a territorialidade do complexo sucroalcooleiro — ou seja, sua capacidade de ordenar espaços rurais e infraestruturas em escala regional/nacional (fontes: UNICA, EMBRAPA, estudos de Goldemberg sobre etanol).

Por que a alternativa A está correta: ela sintetiza os fenômenos centrais desse período: redução de pastagens/soja por avanço da cana e ampliação territorial do complexo (novas fronteiras produtivas, logística e concentração empresarial). Esses fatos são bem documentados por levantamentos do setor e estudos acadêmicos sobre uso do solo e expansão sucroalcooleira.

Análise das incorretas:

B: fala da criação do Proálcool e das crises do petróleo — eventos da década de 1970, não da fase 2000–2008.

C: aponta desregulamentação e estagnação; na realidade, o período foi de revitalização, investimentos e crescimento produtivo, não de estagnação.

D: afirma concentração nas áreas tradicionais e oscilação do etanol; contraria a evidência de expansão para novas áreas (cerrado) e crescimento consistente da produção impulsionada por frota flex.

E: mistura objetivos de segurança energética (vinculados ao Proálcool) com aumento de açúcar — embora haja aumento de açúcar, a motivação exclusivamente de seguridade não caracteriza bem 2000–2008, quando o mercado e investimentos privados foram determinantes.

Dica de interpretação: identifique o marcador temporal (2000–2008) e relacione-o a políticas, tecnologia (flex), mercado internacional e uso do solo — isso costuma eliminar alternativas que remetem a décadas anteriores.

Fontes recomendadas: relatórios UNICA, publicações EMBRAPA sobre uso do solo e artigos de referência sobre etanol (ex.: Goldemberg et al.).

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