Considere as afirmações abaixo, no que concernem à hidrografia e às águas subterrâneas.

I. O escoamento fluvial decorre, em essência, de um período de intensas chuvas nas regiões frias, ou do derretimento de neves nas regiões de baixa latitude.

II. O potencial de águas subterrâneas é maior em terrenos do embasamento cristalino, e muito baixo em coberturas sedimentares.

III. A densidade e a frequência de rios de uma região dependem das condições geológicas e geomorfológicas.

IV. O regime fluvial é essencialmente condicionado pelo clima, através das chuvas e/ou do degelo.

Está correto o que se afirma apenas em

Alternativa correta: B — III e IV.

Tema central: hidrografia (rede de drenagem e regime fluvial) e águas subterrâneas. É preciso entender como clima, litologia e morfologia controlam a presença, a densidade dos rios e o potencial de aquíferos.

Resumo teórico: - Densidade de drenagem: razão entre comprimento total dos cursos d’água e a área da bacia. Depende de clima (chuvas), relevo (declividade), vegetação e principalmente da geologia (rochas mais impermeáveis geram maior densidade de drenagem). - Regime fluvial: variação temporal do fluxo do rio, condicionado essencialmente pelo clima (sazonalidade das chuvas, degelo). - Águas subterrâneas: potencial depende de porosidade e permeabilidade. Rochas sedimentares porosas (areias, arenitos, aquíferos aluviais) usualmente têm maior armazenamento e transmissividade que embasamento cristalino, que depende de fraturas (porosidade secundária).

Justificativa da alternativa B: - III é correta: a densidade e frequência de rios refletem condições geológicas (litologia, resistência das rochas) e geomorfológicas (inclinação, drenagem), além do clima. - IV é correta: o regime fluvial é, em essência, condicionado pelo clima — regimes pluviais, nivosos (degelo) ou mistos — embora também influenciado por fatores locais.

Análise das alternativas incorretas: - I — falsa: mistura conceitos errados. O escoamento não decorre "em essência" apenas de chuvas em regiões frias; o degelo é importante em regiões de alta latitude/altitude, não em "baixa latitude". A frase contém contradição geográfica (baixa latitude ≠ regiões frias com degelo). - II — falsa: contrário ao que afirma. Terrenos de embasamento cristalino normalmente têm baixo potencial hídrico em porosidade primária; quando há água, ela circula em fraturas (porosidade secundária). Coberturas sedimentares porosas e aquíferos aluviais costumam apresentar maior potencial de exploração de água subterrânea.

Dica de interpretação: atente para termos absolutos ("em essência", "maior", "muito baixo") e para incoerências geográficas (latitude vs. clima). Identificar palavras-chave (embasamento cristalino, cobertura sedimentar, degelo) ajuda a detectar a pegadinha.

Fontes recomendadas: ANA — materiais sobre recursos hídricos; Linsley, Kohler & Paulhus, "Hydrology for Engineers" (fundamentos de hidrologia); manuais acadêmicos de hidrogeologia sobre porosidade e aquíferos.

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