In Text 4, we note a number of terms in Portuguese
relating to the human body and the field of medicine
such as “pressão", “tranquilizante", “face", “cabelo",
“cérebro" and “corpo".
Read the following text on blood pressure, and
choose the correct words from the options below to fill
in the blanks in the text.
“Blood ______________ is the force of your blood
pushing against the ______________ of your arteries.
Each time your heart ______________, it pumps blood
into the arteries. Your blood pressure is highest when
your heart beats, pumping the blood. This is called
systolic pressure. When your ______________ is at rest,
between beats, your blood pressure falls. This is called
diastolic pressure. Your blood pressure reading uses
these two ______________. Usually the systolic number
comes before or above the diastolic number."
(Available at: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/highbloodpressure.html.
Accessed on: 1 jan. 2014.)
Read the following text on blood pressure, and choose the correct words from the options below to fill in the blanks in the text.
“Blood ______________ is the force of your blood pushing against the ______________ of your arteries. Each time your heart ______________, it pumps blood into the arteries. Your blood pressure is highest when your heart beats, pumping the blood. This is called systolic pressure. When your ______________ is at rest, between beats, your blood pressure falls. This is called diastolic pressure. Your blood pressure reading uses these two ______________. Usually the systolic number comes before or above the diastolic number."
(Available at: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/highbloodpressure.html. Accessed on: 1 jan. 2014.)
TEXTO 4
A dúvida, continuou Laura, maldita dúvida.
Essa é minha companheira, a sombra inconveniente
que me segura pelos calcanhares, que há de seguir
comigo até o túmulo. A morte de Tomázia, será que
ela me convinha? Talvez me conviesse. Essa hipótese,
eu não tenho como descartar. Seu desaparecimento
anularia a prova de meu crime? Teria poder para
apaziguar a culpa que continuava latejando mesmo
depois de meu rompimento definitivo com Vítor? A
dúvida acabou se revelando muito superior à certeza.
Mil, um milhão de vezes mais forte. Talvez se eu tivesse
sido obrigada a confessar meu crime aos pés de
um juiz, se tivesse sido enjaulada entre mulheres que
me odiavam, que me submetessem ao horror do estupro,
que atentassem contra minha pessoa, a sensação de culpa tivesse sido atenuada. Juro que cheguei
a sentir inveja do destino reservado às muçulmanas
que cometem o pecado do adultério. Desejei, sim,
ser publicamente difamada, arrastada pelos cabelos,
enterrada até o pescoço, e, finalmente, ter a cabeça
esfacelada a pedradas. Qualquer coisa, qualquer situação
limite teria sido menos penosa do que seguir
carregando a culpa, enquanto simulava a mais absoluta
indiferença. Não tenho vocação para o disfarce, a
simulação. Ah, como eu lamentei a perda de meu direito
de exibir minha fraqueza como outras mulheres
faziam! Mas não, eu tinha a permanente obrigação de
ser forte, de estar preparada para o momento em que
meu mundo viesse abaixo, como veio.
A visão de mulheres com as cabeças esfaceladas,
transformadas em um bolo de carne sangrento e disforme, partículas de cérebro espatifadas pra tudo que
é lado, arrepiou meu corpo dolorido. Sentindo um
princípio de náusea, comecei a fungar uma emoçãozinha
desconfiada. Essa bruxa tá me embromando,
penso, daqui a pouco eu entro na dela, caio em prantos
e, alagada de piedade, abraço a velha, aliso seus
cabelos grisalhos, cubro-lhe a face enrugada com
beijinhos consoladores. Calma, tia, calma! Cuidado
com a pressão. Tem aí algum tranquilizante que eu
possa lhe dar?
(BARROS, Adelice da Silveira. A mesa dos inocentes.
Goiânia: Kelps, 2010. p. 23.)
TEXTO 4
A dúvida, continuou Laura, maldita dúvida. Essa é minha companheira, a sombra inconveniente que me segura pelos calcanhares, que há de seguir comigo até o túmulo. A morte de Tomázia, será que ela me convinha? Talvez me conviesse. Essa hipótese, eu não tenho como descartar. Seu desaparecimento anularia a prova de meu crime? Teria poder para apaziguar a culpa que continuava latejando mesmo depois de meu rompimento definitivo com Vítor? A dúvida acabou se revelando muito superior à certeza. Mil, um milhão de vezes mais forte. Talvez se eu tivesse sido obrigada a confessar meu crime aos pés de um juiz, se tivesse sido enjaulada entre mulheres que me odiavam, que me submetessem ao horror do estupro, que atentassem contra minha pessoa, a sensação de culpa tivesse sido atenuada. Juro que cheguei a sentir inveja do destino reservado às muçulmanas que cometem o pecado do adultério. Desejei, sim, ser publicamente difamada, arrastada pelos cabelos, enterrada até o pescoço, e, finalmente, ter a cabeça esfacelada a pedradas. Qualquer coisa, qualquer situação limite teria sido menos penosa do que seguir carregando a culpa, enquanto simulava a mais absoluta indiferença. Não tenho vocação para o disfarce, a simulação. Ah, como eu lamentei a perda de meu direito de exibir minha fraqueza como outras mulheres faziam! Mas não, eu tinha a permanente obrigação de ser forte, de estar preparada para o momento em que meu mundo viesse abaixo, como veio.
A visão de mulheres com as cabeças esfaceladas, transformadas em um bolo de carne sangrento e disforme, partículas de cérebro espatifadas pra tudo que é lado, arrepiou meu corpo dolorido. Sentindo um princípio de náusea, comecei a fungar uma emoçãozinha desconfiada. Essa bruxa tá me embromando, penso, daqui a pouco eu entro na dela, caio em prantos e, alagada de piedade, abraço a velha, aliso seus cabelos grisalhos, cubro-lhe a face enrugada com beijinhos consoladores. Calma, tia, calma! Cuidado com a pressão. Tem aí algum tranquilizante que eu possa lhe dar?
(BARROS, Adelice da Silveira. A mesa dos inocentes. Goiânia: Kelps, 2010. p. 23.)