Desde os anos 1970 está em xeque o modo como as
sociedades modernas se relacionam com a natureza. As
intervenções humanas estariam produzindo verdadeiras
catástrofes e o futuro estaria ameaçado. As bandeiras
em defesa da natureza e um ramo do saber, a ecologia,
estão adquirindo prestígio crescente.
Isso considerado, assinale a alternativa que descreva a
corrente do chamado ambientalismo, cujo
questionamento contraria mais fundamentalmente a
lógica dominante das relações homem-natureza, nas
sociedades modernas.
Desde os anos 1970 está em xeque o modo como as sociedades modernas se relacionam com a natureza. As intervenções humanas estariam produzindo verdadeiras catástrofes e o futuro estaria ameaçado. As bandeiras em defesa da natureza e um ramo do saber, a ecologia, estão adquirindo prestígio crescente.
Isso considerado, assinale a alternativa que descreva a corrente do chamado ambientalismo, cujo questionamento contraria mais fundamentalmente a lógica dominante das relações homem-natureza, nas sociedades modernas.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: trata-se de correntes do ambientalismo e de como elas se posicionam frente à lógica moderna de dominação da natureza. A questão exige reconhecer qual visão contradiz mais radicalmente o antropocentrismo dominante.
Resumo teórico: existem posições instrumentais (meio ambiente como recurso para o homem), biocêntricas (valor intrínseco de seres vivos) e ecocêntricas/deep ecology (valor intrínseco da biosfera, rejeição da superioridade humana). Arne Naess (deep ecology) é referência para a corrente que propõe a centralidade da biosfera e a descentragem humana.
Por que D é correta: a alternativa D afirma que “a biosfera adquiriu valor próprio e superior ao da espécie humana”, deslocando o homem do centro. Essa é a postura mais radical (ecocentrismo profundo) e, portanto, a que mais fundamentalmente questiona a lógica modernista de exploração. Corresponde à deep ecology, que não admite subordinar valores naturais a interesses humanos.
Análise das alternativas incorretas:
A — É a visão antropocêntrica: o ambiente só tem valor porque protege o homem. Não rompe com a lógica dominante; apenas instrumentaliza a natureza.
B — Propõe ampliar o bem-estar de “tudo que se encontra na Terra”. Embora mais abrangente (tendência biocêntrica/holística), fala em bem‑estar (uma noção ainda normativa/teleológica) e não estabelece a superioridade intrínseca da biosfera sobre o humano. É menos radical que D.
C — Defende solução tecnológica. É a postura tecnocrática/cornucopiana: crê que progresso técnico resolve conflitos homem‑natureza. Não desafia a lógica produtivista nem a centralidade humana.
Dicas para questões assim: procure termos como “valor em si”, “superior ao da espécie humana”, “centro” — expressam ecocentrismo profundo. Diferencie instrumental (protege-se a natureza para benefício humano) de intrínseco (natureza tem valor próprio).
Fontes úteis: Arne Naess (deep ecology), Declarações ambientais internacionais para contextualizar discursos, CF/1988, art. 225 (direito ao meio ambiente saudável).
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