Questão c0ad8376-b0
Prova:UENP 2016
Disciplina:Português
Assunto:Uso dos conectivos, Sintaxe

No trecho “Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o que “querem” e acabam fazendo tudo o que podem”, a partícula sublinhada estabelece

O educador e filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella faz uso de uma definição interessante para que as pessoas possam entender um pouco melhor a diferença entre ética e moral. Segundo ele, ética “é o conjunto de valores e princípios que se utiliza para responder às três grandes questões da vida: quero?; devo?; posso?”. Já a moral, é “a prática de uma ética. A concepção ética é o princípio, moral é a prática”. Mas nem tudo que quero posso; nem tudo que posso devo; e nem tudo que devo quero. “Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve”, dispara o filósofo. Sendo assim, não é difícil constatar que o Brasil vive atualmente uma crise moral. As pessoas que ocupam os mais altos níveis de poder “querem”, “não devem” e “não podem” cometer determinados atos. Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o “querem” e acabam fazendo tudo o que podem e o que não podem – ou não deveriam. E as ações impensadas resultaram no cenário que se vê hoje, o que leva, inevitavelmente, a uma crise na economia e a um sentimento de descrença na população em geral.


(Adaptado de: ANDRICH, M. O que quero, devo e posso fazer? Revista Brasileira de Administração. n.112. maio/jun. 2016. p.25.)

A
oposição entre orações, indicando uma ideia contrária à anterior.
B
conclusão, ou seja, a segunda oração exprime conclusão ou consequência lógica da anterior.
C
explicação, ou seja, a segunda oração explica ou justifica a ideia expressa na primeira.
D
alternância entre orações, pois dois fatos não podem acontecer ao mesmo tempo.
E
soma entre orações de função idêntica, estabelecendo uma relação de adição

Gabarito comentado

A
Alonso Reis Monitor do Qconcursos

Comentário – Gabarito Alternativa A

Tema central: Conjunções coordenativas adversativas e interpretação textual.

A questão busca avaliar se você consegue identificar a função da conjunção “mas” no contexto apresentado. No estudo da norma-padrão da Língua Portuguesa, destacam-se as conjunções coordenativas adversativas, que conectam orações expressando uma oposição entre ideias.

Segundo Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), esses conectivos – como "mas", "porém", "contudo" – introduzem uma segunda oração que se contrapõe à anterior, trazendo uma ideia contrária ou diferente.

Justificativa da Alternativa Correta (A):

No texto, lê-se: “Mas o que vem ocorrendo é que, infelizmente, a maioria leva em consideração o que ‘querem’ [...]”. Aqui, o “mas” opõe-se ao trecho anterior, pois, mesmo sabendo o que não se deve e não se pode fazer, a ação praticada na realidade é outra. Exatamente uma relação de oposição, que caracteriza a conjunção adversativa.

Análise das alternativas incorretas:

  • B) Conclusão: Não há ideia de conclusão, pois não se apresenta um resultado decorrente de fatos anteriores, mas um contraste.
  • C) Explicação: “Mas” não esclarece nem justifica; apenas contrapõe.
  • D) Alternância: Alternância pede termos como “ora... ora”, “já... já”; não é o caso.
  • E) Soma: Uma adição exige conectivos como “e”, “nem”; “mas” não soma, contrapõe.

Dica para provas: Sempre associe “mas” à ideia de oposição. Quando a conjunção expressa contraste ou restringe o que foi dito antes, é adversativa. Evite cair em pegadinhas confundindo com sentidos de conclusão ou explicação!

Em síntese, a alternativa A é a correta, pois reflete com exatidão a oposição marcada pela conjunção no texto. Esse tipo de leitura reforça sua interpretação e aplicação da regra gramatical das conjunções adversativas.

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