No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento
e linguagens”, a palavra destacada é
Leia o texto de Jacques Fux para responder
a questão.
Literatura e Matemática
Letras e números costumam ser vistos como
símbolos opostos, correspondentes a sistemas
de pensamento e linguagens completamente
diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa
perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada
pela própria literatura, que em diversas ocasiões
valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos
como forma de melhor explorar sua potencialidade e
de amplificar suas possibilidades criativas.
A utilização da matemática no campo literário
se dá por meio das diversas estruturas e rigores,
mas também através da apresentação, reflexão
e transformação em matéria narrativa de problemas
de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto,
por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no
momento em que há a recepção por parte do leitor.
A matemática pode, também, potencializar o texto,
tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras
possíveis a partir de regras ou restrições.
Muitas passagens de Alice no País das
Maravilhas e Alice através do espelho, de Lewis
Carroll, estão repletas de enigmas e problemas que
até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas
interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor
a construir personagens que utilizam exaustivamente
a lógica matemática como instrumento para
a resolução dos enigmas propostos. Explorar as relações entre literatura e matemática
é resgatar o romantismo grego da possibilidade
do encontro de todas as ciências. É fazer uma viagem
pelo mundo das letras e dos números, da literatura
comparada e das ficções e romances de diversos
autores que beberam (e continuarão bebendo)
de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas
e matemáticas.<http://tinyurl.com/h9z7jot > Acesso em: 17.08.2016. Adaptado.
Gabarito comentado
Tema central: Esta questão aborda morfologia e, principalmente, o tópico de regência nominal. É fundamental entender a diferença entre classes gramaticais (artigo, pronome, preposição, etc.) e identificar a exigência de preposição por um termo da frase.
Justificativa da alternativa correta (D):
No trecho analisado — "correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens" — temos o adjetivo correspondentes. Conforme a regra da regência nominal (ver Bechara; Cunha & Cintra), alguns adjetivos exigem preposição para introduzir seu complemento. O adjetivo correspondente é um desses casos, pois pede obrigatoriamente a preposição a:
Exemplo: “Os resultados são correspondentes a provas anteriores.”
Assim, a expressão correta é “correspondentes a sistemas...”, sendo a uma preposição regida pelo adjetivo e, portanto, a alternativa D é a correta.
Análise das alternativas incorretas:
A) Artigo definido feminino:
Está errada. O artigo “a” antecede nomes femininos para individualizá-los (Ex: a casa), o que não ocorre neste caso. Em “correspondentes a sistemas”, “a” liga o adjetivo ao seu complemento.
B) Pronome possessivo:
Errada. O pronome possessivo “a” não existe; pronomes possessivos são “meu/minha”, “teu/tua”, “seu/sua”, etc.
C) Conjugação do verbo haver:
Errada. As formas conjugadas do verbo “haver” no presente são "hei", "há", "havemos", "hão". “A” sozinho não corresponde a essa conjugação.
E) Adjetivo para advérbio:
Equívoco. “A” não é adjetivo; além disso, advérbio é uma classe que modifica verbo, adjetivo ou outro advérbio, não sendo o caso do termo destacado.
Dica de interpretação:
Sempre que encontrar palavras como “próximo”, “obediente”, “relativo”, “favorável”, “correspondente” etc., confira se exigem preposição, pois é comum que as bancas explorem essa diferença. Consultar uma gramática tradicional (como Bechara ou Cunha & Cintra) ajuda a confirmar a regência correta dos adjetivos.
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