Um leão, por ser carnívoro, absorve uma maior
porcentagem de energia do seu alimento do que um
cervo (herbívoro), e, por isso, a quantidade de
energia disponível no nível trófico do leão é maior do
que a quantidade disponível no nível trófico do
cervo.
O texto a seguir se refere ao aproveitamento de energia
ao longo dos diversos níveis tróficos da cadeia alimentar.
“Desse modo, quando comem plantas, os herbívoros têm
à sua disposição apenas 85% da energia originalmente
armazenada nas substâncias orgânicas produzidas pela
fotossíntese.
Além disso, quando um animal come uma planta ou um
outro animal, parte das moléculas orgânicas contidas no
alimento não é aproveitada, sendo eliminada nas fezes.
Por exemplo, um herbívoro consegue aproveitar apenas
10% da energia contida no alimento que ingere (...). Da
energia efetivamente aproveitada, aproximadamente de
15% a 20% são empregados na manutenção do
metabolismo e a parte que sobra fica armazenada nas
substâncias que compõem os tecidos corporais.
Quando come um herbívoro, um carnívoro aproveita
aproximadamente 50% da energia disponível no alimento
que ingere, sendo o restante eliminado nas fezes. Da
metade aproveitada, de 15 a 20% são usados para a
realização do metabolismo. O mesmo ocorre nos níveis
tróficos seguintes.” (AMABIS, J.M., MARTHO, G.R..
Biologia 3: biologia das populações. São Paulo: Editora
Moderna. 2009. p. 340-341). Levando-se em conta as
informações do texto e seus conhecimentos sobre o
aproveitamento de energia na cadeia alimentar, assinale o
que for correto.
Gabarito comentado
Tema central: aproveitamento de energia em níveis tróficos e a diferença entre porcentagem de assimilação e energia absoluta disponível. Esse conceito é essencial em Ecologia de comunidades e cadeias alimentares (Amabis & Martho, 2009; Odum, 2004).
Resumo teórico: em cada transferência trófica ocorrem perdas — por partes não consumidas, fezes e respiração. Dois pontos-chave: eficiência de assimilação (percentual do alimento ingerido que é aproveitado) e energia disponível absoluta no nível trófico (quantidade de energia armazenada nos tecidos desse nível). Uma maior porcentagem de assimilação não garante mais energia absoluta se o nível anterior já recebeu muito pouco.
Exemplo numérico (para clareza) — suponha 1000 J produzidos por plantas:
Plantas comestíveis: 85% → 850 J disponíveis para herbívoros.
Herbívoro assimila 10% → 85 J assimilados; desse total, 80% vira biomassa → ≈68 J armazenados no nível herbívoro.
Carnívoro (leão) ao comer herbívoro: assimila 50% de 68 J → 34 J; 80% disso vira biomassa → ≈27 J.
Conclusão: apesar do leão assimilar maior porcentagem do alimento que ingere (50% vs 10%), o nível trófico do leão contém menos energia absoluta (≈27 J) que o nível do cervo (≈68 J).
Justificativa da alternativa E: a afirmação dada confunde porcentagem relativa de aproveitamento com quantidade absoluta de energia disponível. O leão pode possuir maior eficiência de assimilação, mas recebe energia já reduzida pelo nível anterior; portanto, a quantidade de energia disponível no nível trófico do leão é menor que a do cervo. Logo, a frase é falsa — alternativa E (Errado) é a correta.
Fonte de referência: AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia 3 — Biologia das populações (2009). Para aprofundar: Odum, E.P., Fundamentals of Ecology.
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