Questão bad164c1-c2
Prova:UECE 2019
Disciplina:Biologia
Assunto:Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

O desastre ambiental causado pelo recente derramamento de petróleo nas praias do Nordeste brasileiro preocupa, pois, de acordo com cientistas, os danos causados vão durar décadas.

Considerando os prováveis danos causados por esse derramamento de petróleo e utilizando os conhecimentos de cadeias e teias alimentares, atente para o que se diz a seguir e assinale a proposição verdadeira.

A
Um peixe (consumidor primário) pode comer uma alga contaminada (produtor primário), e se o homem (consumidor secundário) se alimentar desse peixe, não será contaminado.
B
O peixe é inteligente e desvia-se do petróleo: por isso, o consumo de peixes provenientes dos locais contaminados não oferece risco de contaminação para o homem.
C
Um peixe (consumidor secundário) pode comer um crustáceo contaminado (consumidor primário) e se o homem (consumidor terciário) se alimentar desse peixe, pode também se contaminar.
D
Apesar de um grupo de oceanógrafos, pesquisadores da vida marinha em locais afetados, ter encontrado óleo nos aparelhos digestivos de peixes, moluscos e crustáceos, por eles analisados, considerando-se a cadeia alimentar, o homem está livre dos riscos de contaminação.

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C

Tema central: contaminação de cadeias e teias alimentares por derramamento de petróleo — conceito de bioacumulação e biomagnificação.

Resumo teórico: substâncias lipofílicas presentes no petróleo (por exemplo, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos — PAHs) são persistentes e tendem a acumular-se nos tecidos gordurosos de organismos aquáticos. Bioacumulação = acúmulo no indivíduo; biomagnificação = aumento da concentração ao longo dos níveis tróficos (do produtor ao consumidor terciário). Fontes úteis: EPA/NOAA sobre derramamentos e bioacumulação; livros de Ecologia (Odum; Begon et al.).

Justificativa da alternativa C (correta): ela descreve corretamente uma sequência possível: um peixe consumidor secundário come um crustáceo contaminado (consumidor primário) e, ao ser consumido pelo homem (consumidor terciário), pode transferir os contaminantes. Isso representa biomagnificação, explicando o risco humano após ingestão de pescado de áreas afetadas.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: afirma que se o homem comer o peixe não será contaminado. Mesmo que o peixe seja consumidor primário, toxinas lipofílicas acumulam-se e podem atingir o consumidor humano. Negligencia bioacumulação/biomagnificação.

B — incorreta: supõe que peixes “desviam-se do petróleo” e, por isso, não há risco. Na prática, muitas espécies não conseguem evitar a contaminação (água, sedimentos, presas contaminadas) e compostos solúveis/lipofílicos entram na cadeia alimentar. Além disso, contaminação pode ser crônica e afetar organismos sedentários.

D — incorreta: encontrar óleo no trato digestivo de organismos não garante ausência de risco para o homem. Mesmo que parte do óleo esteja no conteúdo intestinal, compostos tóxicos se incorporam aos tecidos (fígado, músculo) e representam risco alimentar. Fechar a pescaria e seguir avisos de órgãos (IBAMA, órgãos sanitários) é medida prática.

Dica de interpretação para provas: identifique os níveis tróficos citados e aplique os conceitos de bioacumulação/biomagnificação; desconfie de alternativas que afirmam “sem risco” sem considerar transferência de contaminantes.

Referências rápidas: NOAA/EPA sobre efeitos de derramamentos e biomagnificação; Odum, Ecologia; diretrizes de vigilância sanitária e fechamento de áreas de pesca após derramamentos.

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