A análise dos padrões genéticos e ecológicos de diversas espécies foi fundamental para a emergência de um novo
campo de pesquisa no final do século XX: a Sociobiologia, segundo a qual a predominância do trabalho coletivo
sobre o individual é uma das condições para a existência de sociedades complexas, como as encontradas entre os
Hymenoptera (formigas, abelhas), os Isoptera (cupins) e os Homo sapiens. Entretanto, algumas espécies perderam
evolutivamente a capacidade de trabalhar coletivamente.
A predominância do trabalho individual sobre o coletivo nas espécies que perderam a capacidade de trabalhar
coletivamente é, necessariamente, explicada por alterações nas relações ecológicas do tipo
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — intraespecífica harmônica.
Tema central: relações ecológicas que sustentam comportamentos sociais. A sociobiologia explica sociedades complexas (formigas, abelhas, humanos) a partir de interações intraespecíficas cooperativas (harmônicas) como altruísmo entre parentes e seleção de parentesco (Hamilton, 1964; E. O. Wilson).
Resumo teórico: - «Intraespecífica» = entre indivíduos da mesma espécie; «interespecífica» = entre espécies. - «Harmônica» = interações positivas ou neutras que favorecem indivíduos (ex.: cooperação, mutualismo intrínseco); «desarmônica» = negativas (ex.: competição, predação). - A existência de trabalho coletivo depende essencialmente de relações cooperativas entre indivíduos da mesma espécie (intraespecíficas harmônicas). Assim, quando uma espécie perde capacidade de trabalhar coletivamente, isso decorre de alterações nessas relações cooperativas intraespecíficas.
Justificativa da alternativa B: Sociedades complexas surgem por mecanismos de cooperação entre membros da mesma espécie (p. ex. cuidados parentais, divisão de tarefas, altruísmo entre parentes). Logo, a mudança que explica a predominância do trabalho individual é alteração nas relações intraespecíficas harmônicas — ou seja, na ruptura/ perda da cooperação entre indivíduos.
Análise das alternativas incorretas: A — intraespecífica desarmônica: refere-se a aumento de competição interna; embora possa influenciar comportamento, a questão pede o tipo de relação cuja alteração explica a perda do trabalho coletivo — originalmente era uma relação harmônica que se alterou. C — interespecífica neutra: relações entre espécies sem efeito mútuo não explicam o surgimento/perda de comportamentos cooperativos dentro da espécie. D — interespecífica harmônica: mutualismos entre espécies não geram, por si só, estruturas de trabalho coletivo intrínsecas à organização social da própria espécie. E — interespecífica desarmônica: interações negativas entre espécies (predação, competição interespecífica) tampouco explicam necessariamente a perda de cooperação intraespecífica.
Dica de prova: foque nas palavras-chave: “sociedades complexas”, “capacidade de trabalhar coletivamente” → pensar em relações entre membros da mesma espécie (intraespecífica) e em cooperação (harmônica). Quando vir “necessariamente”, descarte causas externas não essenciais (interespecíficas).
Fontes: Hamilton (1964), Wilson (1975), Begon et al., Ecology.
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