Questão b7dfa19a-e0
Prova:
Disciplina:
Assunto:
O mar e o canavial
O que o mar sim aprende do canavial:
a elocução horizontal de seu verso;
a geórgica de cordel, ininterrupta,
narrada em voz e silêncio paralelos.
O que o mar não aprende do canavial:
a veemência passional da preamar;
a mão de pilão das ondas na areia,
moída e miúda, pilada do que pilar.
O que o canavial sim aprende do mar:
o avançar em linha rasteira da onda;
o espraiar-se minucioso,de líquido,
alagando cova a cova onde se alonga.
O que o canavial não aprende do mar:
desmedido do derramar-se da cana;
o comedimento do latifúndio do mar,
que menos lastradamente se derrama.
MELO NETO. J.C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara/Objetiva, 2009.
Com base no poema “O mar e o canavial” NÃO é correto afirmar:
O mar e o canavial
O que o mar sim aprende do canavial:
a elocução horizontal de seu verso;
a geórgica de cordel, ininterrupta,
narrada em voz e silêncio paralelos.
O que o mar não aprende do canavial:
a veemência passional da preamar;
a mão de pilão das ondas na areia,
moída e miúda, pilada do que pilar.
O que o canavial sim aprende do mar:
o avançar em linha rasteira da onda;
o espraiar-se minucioso,de líquido,
alagando cova a cova onde se alonga.
O que o canavial não aprende do mar:
desmedido do derramar-se da cana;
o comedimento do latifúndio do mar,
que menos lastradamente se derrama.
MELO NETO. J.C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara/Objetiva, 2009.
Com base no poema “O mar e o canavial” NÃO é correto afirmar:
A
Demonstra o interesse do poeta pela construção de uma poesia voltada para a realidade em seus aspectos não subjetivos, o que o filiou
à tendência construtivista da pintura moderna que teve em Piet Mondrian e Joan Miró dois pintores dos mais admirados pelo poeta.
B
Os versos “a elocução horizontal de seu verso” e “narrada em voz e silêncios paralelos” refletem uma das principais características da
poesia cabralina, a reflexão sobre o próprio fazer poético.
C
Trata-se de um poema de forte carga visual, recorrente na poética do autor, que o transformou num dos principais precursores da poesia
concreta, ao qual o poeta concretista Haroldo de Campos chamou de “o geômetra engajado”.
D
Como era comum nos poemas da geração de 45, “O mar e o canavial” postula um olhar universalizante, não intimista e passional,
questionando a tradição da poesia nordestina muita presa à região.
E
Tematiza o nordeste brasileiro aliando a temática do romance de 30 e seu interesse pelos problemas sociais e humanos da região a uma
recusa do olhar intimista e subjetivo deste mesmo nordeste, presente em alguns romances regionalistas.