Questão b3c1cacf-e0
Prova:FAG 2013
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado do Paraná

“A luta desses primeiros homens contra a mata virgem; o combate do machado contra o pinheiro secular; o sofrimento do homem isolado na mata, sob as picadas dos mosquitos, a ardência do carrapato a entranhar-se sob a pele; a falta de alimentação que vezes não chegava no devido tempo, por não o permitirem as condições de estradas ou as chuvas prolongadas. Isso tudo chamamos hoje de pioneirismo”. (Citado por SCHNEIDER, 2002, p. 63).


O texto acima refere-se à difícil vida dos colonos no início da colonização da região oeste do Paraná. Sobre o processo de colonização da região NÃO se pode afirmar que:

A
A falta de população brasileira no Oeste do Paraná ocasionou o predomínio completo de paraguaios e argentinos.
B
A justificativa oficial para a criação do Território Federal do Iguaçu foi a necessidade de nacionalizar a chamada fronteira guarani.
C
Capitalistas gaúchos, com o apoio do Governo Federal, desejavam essas terras para realizar vantajosos negócios imobiliários.
D
A região Oeste, de receptora de migrantes nas décadas de 1940 e 1950, passou a expulsá-los a partir de 1960.
E
Entre os colonos preferidos pelas colonizadoras para ocupar a região destacaram-se os italianos, alemães, caboclos e poloneses.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: colonização do Oeste do Paraná — forças sociais, papel das colonizadoras, política de Estado (criação do Território Federal do Iguaçu) e perfil dos migrantes. É preciso distinguir grupos efetivamente incentivados pelas empresas e pelo Estado daqueles que foram presença esparsa ou não “preferida”.

Por que a alternativa E é a resposta certa (isto é, é a afirmação que NÃO se pode fazer)?

A alternativa E mistura grupos de forma imprecisa: colonizadoras e o poder público privilegiaram imigrantes europeus (poloneses, ucranianos, alemães em certas áreas) e, sobretudo, migrantes brasileiros do Sul (gaúchos) para ocupar o Oeste. Os caboclos — populações mestiças locais — não eram “preferidos” pelas colonizadoras; muitas vezes eram excluídos ou marginalizados no processo de parcelamento e venda de lotes. Além disso, italianos tiveram forte presença em outras regiões do Paraná (Campos Gerais), não sendo o conjunto citado (italianos, alemães, caboclos e poloneses) a lista típica de “preferidos” pelas empresas colonizadoras do Oeste. Portanto, a afirmação é incorreta.

Análise das alternativas INCORRETAS (A–D) — por que são aceitáveis:

A — É plausível: antes da ocupação intensa havia pouca população brasileira no Oeste, e houve presença significativa de paraguaios e argentinos em áreas de fronteira, o que preocupou autoridades.

B — Verdadeiro: a criação do Território Federal do Iguaçu teve justificativa oficial de afirmar soberania e “nacionalizar” a faixa de fronteira (preocupação com a chamada fronteira guarani).

C — Verdadeiro: investidores e grandes proprietários do Sul (capitalistas gaúchos) atuaram na compra de terras e especulação, com apoio político do governo em alguns momentos.

D — Verdadeiro: nas décadas de 1940–50 a região recebeu muitos migrantes; depois, com mudanças econômicas (concentração fundiária, mecanização, expansão de culturas comerciais), houve deslocamentos e expulsões a partir de 1960 em muitas áreas.

Dica de prova: desconfie de alternativas que reúnem grupos heterogêneos sem coerência histórica (aqui: “caboclos” como grupo preferido pelas colonizadoras). Busque palavras-chave como “preferidos”, “completo/predomínio” e situe eventos na cronologia (criação do Território do Iguaçu, fluxos migratórios 1940–60).

Fontes sugeridas: SCHNEIDER (2002 — citado no enunciado); estudos sobre colonização do Oeste do Paraná e publicações do IBGE sobre migrações internas e políticas territoriais.

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