Questão b00096f3-02
Prova:UEA 2018
Disciplina:Geografia
Assunto:Amazônia

A iniciativa que abriu o rio Amazonas a embarcações de todos os países a contar de 7 de setembro de 1867, além do São Francisco, também atendia a um dos motivos de crítica à política exterior do Império, que campeão da livre navegação dos rios da bacia platina, mantinha fechados os da bacia da Amazônia. O imperador afirmava que não era contrário à abertura do Amazonas a navios de todos os países, apenas julgava imprudente querer forçá-la, enquanto não se criassem na área interesses brasileiros capazes de contrabalançar os dos estrangeiros.

(Sérgio Buarque de Holanda. “Do Império à República”. In: História geral da civilização brasileira, Tomo II, vol. 5, 1985. Adaptado.)

O texto sustenta que a aprovação pelo imperador da abertura do rio Amazonas às embarcações estrangeiras deveu-se

A
à reivindicação internacional brasileira, que foi uma das causas da Guerra do Paraguai.
B
à transformação da Amazônia no grande mercado exportador de borracha para os países industrializados.
C
ao acordo entre o Império do Brasil e a República da Bolívia sobre o território do Acre.
D
ao fato da Amazônia estar densamente povoada por brasileiros na segunda metade do século XIX.
E
ao apoio do governo norte-americano às pretensões territoriais brasileiras na América do Sul.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a questão trata da política externa do Império (meados do séc. XIX) e da controvérsia sobre a navegação livre dos rios amazônicos. É preciso relacionar intenção política (responder críticas internas e externas) com o contexto diplomático da época.

Resumo teórico: o Império defendia a livre navegação nos rios da bacia do Prata, mas mantinha restrições na Amazônia por receio de influência estrangeira. Pressões diplomáticas e críticas por essa aparente contradição levaram o governo a autorizar a abertura do Amazonas (ato de 7/9/1867). Fontes: Sérgio Buarque de Holanda (texto base) e estudos sobre a política externa imperial e navegação fluvial.

Justificativa da alternativa A: a alternativa aponta que a medida atendeu a reivindicação internacional brasileira — isto é, a necessidade de responder críticas sobre incoerência na política de navegação fluvial. Essa questão das reivindicações e do prestígio regional é componente dos litígios que envolviam a bacia do Prata e contribuíram para tensões que desembocaram na Guerra do Paraguai (1864–1870). Logo, a abertura do Amazonas pode ser lida como ajuste diplomático frente a críticas e interesses internacionais — razão indicada no texto.

Análise das alternativas incorretas:

B (borracha): a economia da borracha (boom amazônico) só se intensificou a partir das décadas de 1870–1890; portanto, não justifica uma medida de 1867.

C (Acre): a disputa com a Bolívia e o tratado que resultou no Acre ocorreram bem depois (final do séc. XIX / início do XX — Tratado de Petrópolis, 1903).

D (densidade populacional): a região amazônica era escassamente povoada; a abertura não decorreu de massiva presença de brasileiros.

E (apoio dos EUA): não há evidência de que o governo norte-americano tenha apoiado formalmente essas pretensões brasileiras em 1867 nem que tal apoio tenha motivado a abertura.

Dica de interpretação: observe datas e sequência cronológica; relacione o enunciado às políticas públicas e às críticas registradas pelo próprio imperador no texto. Procure o agente (quem pressiona) e o objetivo (corrigir imagem/atender reivindicação diplomática) — armadilhas comuns incluem confundir causas econômicas tardias (borracha, Acre) com motivos contemporâneos ao ato.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo