Na administração do engenheiro e prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), o Morro do Castelo foi
totalmente demolido. A decisão causou muita polêmica, tendo sido criticada por vários
intelectuais, como, por exemplo, Monteiro Lobato.
[O Morro do Castelo] ouve sempre cochichos
suspeitos nos quais um estribilho soa insistente:
precisamos arrasar o Morro do Castelo! Percebe
que virou negócio, que o verdadeiro tesouro
oculto em suas entranhas não é a imagem de
ouro maciço de Santo Inácio, e sim o panamá
do arrasamento. Os homens de hoje são
negocistas sem alma. Querem dinheiro. Para
obtê-lo venderão tudo, venderiam até a alma se
a tivessem. Como pode ele, pois, resistir à maré,
se suas credenciais − velhice, beleza, pitoresco,
historicidade − não são valores de cotação na
bolsa?
MONTEIRO LOBATO
Adaptado de A onda verde. São Paulo: Monteiro Lobato &
Cia Editores, 1922.
De acordo com a crítica de Monteiro Lobato, transcrita acima, o arrasamento do Morro do
Castelo expressou a seguinte perspectiva de intervenção urbana:
Na administração do engenheiro e prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), o Morro do Castelo foi totalmente demolido. A decisão causou muita polêmica, tendo sido criticada por vários intelectuais, como, por exemplo, Monteiro Lobato.
[O Morro do Castelo] ouve sempre cochichos suspeitos nos quais um estribilho soa insistente: precisamos arrasar o Morro do Castelo! Percebe que virou negócio, que o verdadeiro tesouro oculto em suas entranhas não é a imagem de ouro maciço de Santo Inácio, e sim o panamá do arrasamento. Os homens de hoje são negocistas sem alma. Querem dinheiro. Para obtê-lo venderão tudo, venderiam até a alma se a tivessem. Como pode ele, pois, resistir à maré, se suas credenciais − velhice, beleza, pitoresco, historicidade − não são valores de cotação na bolsa?
MONTEIRO LOBATO Adaptado de A onda verde. São Paulo: Monteiro Lobato & Cia Editores, 1922.
De acordo com a crítica de Monteiro Lobato, transcrita acima, o arrasamento do Morro do
Castelo expressou a seguinte perspectiva de intervenção urbana:
Gabarito comentado
A) A população do Morro do Castelo de fato precisou ser realocada no entanto, isso poderia ser feito sem o desmonte do Morro como ocorreu posteriormente em diversas comunidades cariocas.
B) Atividades de saneamento na época estavam relacionadas a drenagem de áreas alagadas e a coleta e destinação de esgoto em galerias que terminavam direto no mar, não possuindo relação com o desmonte do Morro do Castelo.
C) As principais justificativas para o desmonte do Morro do Castelo eram relacionadas a necessidade de uma área central ampla, higienizada e moderna. Abrir espaços para a exploração imobiliária era também uma das necessidades da administração carioca do período e o Morro do Castelo representava um passado colonial com ruas estreitas e sinuosas e sua população empobrecida que precisavam ser modernizadas. Alternativa correta.
D) A localização do Morro do Castelo não era um impedimento ao transporte público de acesso ao Centro do Rio de Janeiro.
Gabarito do Professor: C.