Quando se concebe uma ação consciente sobre o espaço que representa a intencionalidade do domínio por meio do poder, identifica-se uma atitude geopolítica. O mundo islâmico, que faz parte deste mundo geopolítico, soma hoje mais de um bilhão de fiéis. Compreender o Islamismo é entender muitas tensões e acontecimentos que envolvem praticamente toda a sociedade planetária.

Quanto ao mundo islâmico, afirma-se:

I. Uma das causas da expansão do Islamismo é a taxa de crescimento populacional ainda elevada em países que praticam essa religião, como a África do Norte e o Oriente Médio.

II. A expansão do número de fiéis não constitui mais uma causa de crescimento do Islamismo, já que esse movimento religioso não tem como princípio a conquista de elementos novos e sim a fervorosa participação dos antigos adeptos e de suas famílias.

III. A unidade básica islâmica é a mesma, porém há uma divisão interna que representa diversas ramificações, destacando-se a xiita e a sunita, esta a mais numerosa em adeptos.

IV. Os islâmicos que vivem na Europa e na América são descendentes do mundo árabe, diferentemente dos muçulmanos espalhados pela Ásia, que descendem do Islamismo fundamentalista.

As afirmativas corretas são, apenas,

Somente as assertivas I e III estão corretas. Uma das causas de crescimento do Islamismo é, realmente, a taxa de crescimento populacional. Nos países onde essa religião é predominante, a taxa de natalidade é alta se comparada a regiões desenvolvidas do planeta, como a Europa e a América do Norte. Além disso, deve-se considerar, também, que imigrantes islâmicos nos países desenvolvidos tendem a ter mais filhos do que os nacionais desses países, o que faz com que a população islâmica cresça proporcionalmente mais do que a população nativa de países que recebem muitos imigrantes islâmicos.

A assertiva II está incorreta porque o islamismo é uma religião messiânica, expansionista. Dessa forma, a conquista de elementos novos é uma parte importante da religião muçulmana, que não se restringe aos adeptos antigos. Exemplo de religião que não é messiânica é o judaísmo.

Na assertiva III, xiita e sunita são duas vertentes do islamismo e a divisão teve origem a partir da morte de Maomé, em 632, quando surgiram controvérsias acerca de quem deveria suceder o profeta. Os xiitas se originaram daqueles que defendiam que o genro de Maomé deveria assumir o poder, mas isso não aconteceu, pois foi o amigo do profeta, Abu Bakr, que foi escolhido como sucessor, dando origem à vertente sunita, que também tem esse nome pelo fato de seus seguidores aderirem ao livro biográfico de Maomé chamado Sunna. Nos dias atuais, a grande maioria dos muçulmanos, cerca de 90%, é sunita.

A assertiva IV está incorreta porque islamismo fundamentalista é um termo usado para designar a prática da religião muçulmana de forma radical, e, contemporaneamente, existem alguns grupos, que atuam em diferentes países principalmente da África e da Ásia, que são considerados fundamentalistas, como o Hesbollah, no Líbano, e o Wahhabismo, na Arábia Saudita. Os muçulmanos que vivem na Europa e na América são, geralmente, imigrantes ou descendentes de imigrantes e têm as mais diversas origens.   

A alternativa correta é a letra (B).