Questão a5ff0360-e0
Prova:Fadba 2013
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Física, Hidrografia

Assinale a alternativa incorreta sobre os aspectos da hidrografia brasileira:

A
É grande a incidência de rios torrenciais perenes em decorrência do clima predominantemente úmido que prevalece no país.
B
É comum a preponderância de foz dos rios do tipo estuário e restrita ocorrência de foz tipo delta.
C
As variações fluviais das bacias hidrográficas são de domínio principal do tipo pluvial, no entanto, ocorre o desenvolvimento de regimes nivais, como é o caso da bacia Amazônica e do Paraguai.
D
Diante da imensa abundância hídrica que o Brasil possui o país está imune à falta de água.
E
Os rios escoam suas águas sobre planaltos e depressões que resulta em um grande potencial hidráulico.

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: Hidrografia brasileira — regimes fluviais, tipos de foz, potencial hidráulico e disponibilidade hídrica. É importante entender distribuição espacial e temporal da água, influência do clima e do relevo, e diferenciação entre volume total e acessibilidade/gestão da água.

Resumo teórico: A maior parte das bacias brasileiras tem regime pluvial (controle das chuvas). Muitos rios tropicais são torrenciais (resposta rápida a precipitações) e, por serem em regiões úmidas ou com recarga constante, mantêm vazão perene. A maioria das fozes ao longo do litoral brasileiro é do tipo estuário (diluição e influência marinha), enquanto deltas clássicos são raros. Variações locais ocorrem: partes de bacias que nascem nos Andes têm influência nivopluvial. Relevo com planaltos e desníveis gera potencial hidráulico aproveitável para usinas. Contudo, abundância total não garante ausência de escassez — fatores de gestão, poluição, sazonalidade e distribuição espacial afetam o abastecimento (cf. ANA, CPRM, IBGE).

Justificativa da alternativa D (incorreta): A afirmação de que “o Brasil, devido à imensa abundância hídrica, está imune à falta de água” é falsa. Apesar do grande volume total de água doce, há desigualdade espacial e sazonal: o semiárido nordestino e regiões do Sudeste já sofreram crises hídricas (ex.: crise do Sistema Cantareira em 2014–2015). Problemas de infraestrutura, captação, distribuição, poluição e uso concorrente (irrigação, indústria, consumo urbano) geram escassez local mesmo em país rico em recursos hídricos (veja relatórios da ANA e do Atlas de Recursos Hídricos — CPRM).

Análise das demais alternativas (por que são aceitáveis):

A) Rios torrenciais e perenes ocorrem em áreas de chuvas intensas e regularidade pluviométrica (regiões amazônica e costeira); a combinação de alta precipitação e florestas garante vazões contínuas, com resposta rápida a episódios de chuva.

B) Predomina foz do tipo estuário ao longo do litoral brasileiro; deltas clássicos (com forte avanço sedimentar em ondas/calmas) são pouco comuns — há poucos exemplos de delta (Parnaíba), enquanto a maior foz, a da Amazônia, é estuarina.

C) O domínio é pluvial, mas certas porções de grandes bacias recebem aporte nivopluvial onde rios nascem em áreas de maior altitude/Andes (influência andina em alguns tributários da Amazônia), gerando regimes mistos em trechos específicos.

E) O relevo brasileiro (planaltos, serras, desníveis para depressões) favorece a existência de um significativo potencial hidráulico, amplamente aproveitado por usinas hidrelétricas (ex.: Itaipu, usinas no eixo dos planaltos).

Dica de prova: Desconfie de termos absolutos como “imune”, “sempre”, “todo”. Relacione afirmações a exemplos concretos (crises, mapas de chuva, localização de nascentes) e pense em distribuição espacial e gestão.

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