No espaço urbano, embora predominem as formas
geográficas elaboradas no tempo presente, encontram-se
objetos geográficos de outros momentos da sua constituição –
as heranças socioespaciais.
O tempo passado materializado no presente do espaço
urbano representado nas fotografias acima pode ser
identificado nos versos:
Jovem senhora com mais de 400 anos
Ostenta com orgulho sua bandeira
A terceira capital mais antiga brasileira
Onde o sol nasce primeiro
(adaptado de: Jamaveira)
Repousemos na pedra de Ouro Preto,
Repousemos no centro de Ouro Preto:
São Francisco de Assis! igreja ilustre, acolhe,
À tua sombra irmã, meus membros lassos.
(MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. Org. Luciana Stegagno Picchio. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1994. p. 460.)
... é chegar logo ao Recife,
derradeira ave-maria
do rosário, derradeira
invocação da ladainha,
Recife, onde o rio some
e esta minha viagem se finda.
(João Cabral de Melo Neto – Morte e vida Severina)
Minha São Paulo calma e serena,
Era pequena, mas grande demais.
Agora cresceu mas tudo morreu,
O lampião de gás que saudade me traz.
(Zica Bérgami – Lampião de Gás)
Em tuas ruas caminharei minha vida
em tuas praias contarei estrelas com meus amores
Porque tu és minha maravilhosa estadia
minha maior companhia
Cidade Maravilhosa em teu âmago encenarei
a fábula dos meus dias.
(Andrew Clímaco – Cidade Maravilhosa Revisitada)