Questão a2c01315-b2
Prova:UFRR 2017
Disciplina:Geografia
Assunto:Industrialização, Indústria brasileira

A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. (...) A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte (Manaus). Paralelamente, as áreas industriais já consolidadas ganham dinamismos diferentes dos que definiram a industrialização em períodos anteriores.

Fonte: SANTOS, M. & SILVEIRA; M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 16ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2012, p.106.


Sobre a distribuição espacial da atividade industrial no Brasil, o texto aponta para a seguinte conclusão:

A
A gestão do território pelas metrópoles consolidadas passa a ter um papel chave nos processos de desconcentração industrial.
B
As áreas industriais tradicionais, como as metrópoles paulista, mineira e fluminense, entraram em decadência.
C
A região Norte, mesmo com a decadência do Polo Industrial e da Zona Franca de Manaus, assumiu a liderança industrial nacional.
D
As novas áreas industriais, como o Sertão nordestino e Oeste amazônico, despontam como as áreas mais dinâmicas do país.
E
A nova divisão territorial do trabalho no Brasil tornou as metrópoles do Centro-Sul subordinadas às novas cidades médias.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A.

Tema central: o texto trata da desconcentração industrial no Brasil desde os anos 1970 e da reconfiguração da divisão territorial do trabalho. Para responder, é preciso entender como empresas, capitais e serviços se reorganizam territorialmente, mantendo vínculos com centros consolidados.

Resumo teórico: a desconcentração não significa abandono das metrópoles; é um processo em rede onde centros tradicionais continuam exercendo funções de coordenação (financiamento, logística, P,D&I e serviços avançados). Milton Santos e M. L. Silveira destacam que novas áreas crescem, mas há continuidade nas relações entre polos antigos e novos (SANTOS; SILVEIRA, 2012). Fontes complementares: IBGE e estudos sobre industrialização regional que mostram polarização funcional.

Por que a alternativa A é correta: o enunciado indica que, embora a produção se espalhe, as áreas industriais consolidadas "ganham dinamismos diferentes" — isto é, passam a gerir, coordenar e articular a rede produtiva. Logo, a gestão do território pelas metrópoles consolidadas torna‑se chave nesse processo de desconcentração.

Análise das alternativas incorretas:

B (errada): dizer que as metrópoles paulista, mineira e fluminense "entraram em decadência" é exagero. Houve mudanças e perda relativa de peso em alguns setores, mas mantêm função de comando e grande concentração industrial.

C (errada): a Zona Franca de Manaus expandiu atividades, mas a região Norte não assumiu liderança industrial nacional — permanece atrás do Centro‑Sul em participação e diversificação.

D (errada): novas áreas (ex.: partes do Nordeste, Centro‑Oeste, Amazônia) cresceram, porém não se tornaram as "áreas mais dinâmicas" do país de forma generalizada; o processo é seletivo e depende de infraestrutura, incentivos e mercados.

E (errada): a nova divisão do trabalho não subordinou as metrópoles do Centro‑Sul às cidades médias; a relação é mais complexa: redes de complementaridade e hierarquia funcional, não mera subordinação.

Dica de prova: procure termos chave no enunciado ("desconcentração", "ganham dinamismos diferentes") e relacione com conceitos (coordenação, comando, rede). Desconfie de afirmações absolutas como "decadência" ou "liderança nacional" sem evidência contextual.

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