Em seu último artigo, o especialista nuclear Harvey Wassermann disse que “a coisa mais devastadora sobre Fukushima não
é o que está acontecendo lá agora. É que, até que todos os reatores no mundo sejam desativados, é praticamente certo que
coisas piores vão acontecer. Tudo muito em breve.”
Mesmo operando normalmente, os reatores expelem diariamente radiação suficiente para contaminar alimentos, água, ar e terra.
Essa ação devastadora com repercussões na espécie humana poderia ser
Ainda é difícil compreender a real dimensão do desastre nuclear de Fukushima, mas o alerta sobre novas ocorrências
já foi dado. (LENDMAN, 2011, p.14-16).
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: efeitos da radiação ionizante sobre o material genético e suas repercussões na espécie humana — em particular a possibilidade de mutações hereditárias transmitidas por gametas (espermatozoides e óvulos) que podem resultar em anomalias congênitas.
Resumo teórico (claro e progressivo): Radiação ionizante pode causar lesões no DNA (quebras de fita simples e dupla, alterações de bases). Quando o dano atinge células germinativas (gametas) e não é reparado adequadamente, as mutações podem ser transmitidas à prole, gerando alterações fenotípicas ou anomalias congênitas. Efeitos estocásticos (probabilidade aumenta com dose, sem limiar claro) e efeitos determinísticos (ex.: queimaduras, requerem dose alta) são conceitos-chave. Fontes de referência: relatórios da UNSCEAR, recomendações da ICRP e IAEA sobre efeitos biológicos da radiação.
Justificativa da alternativa E: A alternativa E descreve corretamente o mecanismo plausível: radiação contaminante pode induzir mutações nos gametas — presentes no espermatozoide ou no óvulo — e essas mutações podem ser herdadas, possibilitando o nascimento de crianças com anomalias. Isso está alinhado com a biologia molecular da mutagênese por radiação e com avaliações de riscos radiológicos.
Análise das alternativas incorretas:
A) “Simplificação do genoma com cariótipo haploide” — incorreto: radiação não “simplifica” o genoma para haploidia; mudanças assim não são um efeito típico nem plausível da exposição ambiental.
B) “Preservação do material contaminante sem decaimento da sua radioatividade” — incorreto: radionuclídeos decaem com meia-vida característica; contaminação aquática é real, mas a afirmação de “sem decaimento” é falsa e cientificamente imprecisa.
C) “Mutações somáticas herdadas invariavelmente da linhagem materna” — incorreto: mutações somáticas ocorrem em células do corpo e não são transmitidas à descendência; além disso, herança exclusivamente materna assim descrita é equivocada.
D) “Comprometimento por eutrofização” — incorreto: eutrofização é causada por excesso de nutrientes (N, P) e não é um efeito direto da radiação ionizante.
Dicas de interpretação: identifique termos-chave: “herança”, “espermatozoide/óvulo” → procure alternativas que descrevam mutações em gametas; descarte aquelas que confundem mutações somáticas com herança ou que afirmam fenômenos fisicamente impossíveis (ex.: “sem decaimento”).
Fontes úteis: relatórios UNSCEAR (United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation), publicações ICRP/IAEA e textos de genética básica (ex.: mecanismos de reparo do DNA).
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