Questão 9bc91a91-dd
Prova:UNIFESP 2017
Disciplina:Português
Assunto:Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação, Morfologia

O processo de formação de palavras verificado em “estrutural” (2o parágrafo) também está presente em

Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.


  Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual.

  Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!

  A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial é o momento da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida com fenômenos atômicos e subatômicos.

   [...]

  As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo.

(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)

A
“futuro” (1o parágrafo).
B
“portanto” (2o parágrafo).
C
“momento” (3o parágrafo).
D
“plasticidade” (4o parágrafo).
E
“origem” (3o parágrafo).

Gabarito comentado

M
Marcela PascalMentora Qconcursos

Tema central: Morfologia – Formação de palavras por derivação sufixal.

O foco da questão é identificar o processo de formação de palavras semelhante ao de “estrutural” (estrutura + -al), ou seja, derivação sufixal, em que um sufixo é acrescentado a um radical para formar uma nova palavra. Esse é um dos processos mais relevantes na morfologia da Língua Portuguesa, conforme apontado em gramáticas consagradas, como Bechara e Cunha & Cintra.

Alternativa correta: D) “plasticidade”

Justificativa: Na palavra “plasticidade”, temos o radical plástic- (plástico) somado ao sufixo -idade (variante de -dade), resultando em um novo substantivo. Assim como em “estrutural” (estrutura + -al), há derivação sufixal — ou seja, o acréscimo de um sufixo a um radical, alterando a classe da palavra original.

Exemplo do mesmo processo:

nacional (nação + -al), bondade (bom + -dade)

Análise das alternativas incorretas:

  • A) “futuro”: Palavra primitiva, não derivada por sufixação.
  • B) “portanto”: Palavra formada por justaposição de radicais (por + tanto), não por sufixação.
  • C) “momento”: Palavra já formada no latim; não resulta de acréscimo de sufixo derivacional em português.
  • E) “origem”: Palavra primitiva, sem fenômeno de sufixação recente.

Dica para questões semelhantes: Em provas, ao buscar palavras formadas por sufixação, observe a parte final (“-al”, “-dade”, “-mente”, “-eiro”, “-eiro”) e tente identificar a palavra original. Preste atenção aos verbetes cuja formação se dá por adição de sufixos derivacionais, transformando substantivos em adjetivos ou adjetivos em substantivos.

Referências normativas: Este conceito está amplamente abordado em Moderna Gramática Portuguesa (Bechara) e Nova Gramática do Português Contemporâneo (Cunha & Cintra).

Resumo: A alternativa D é correta, pois segue o mesmo processo de composição sufixal de “estrutural”, formando palavras derivadas por adição de sufixo a uma base.

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