A letra da canção Rodo Cotidiano, do grupo O Rappa, oferece um olhar crítico sobre as condições de vida
Rodo Cotidiano
A ideia lá comia soltaSubia a manga amarrotada socialNo calor alumínio nem caneta nem papelUma ideia fugia
Era o rodo cotidiano
Espaço é curto quase um curral
Na mochila amassada uma quentinha abafada
Meu troco é pouco, é quase nada
Ô Ô Ô Ô Ô my brother
Não se anda por onde gosta
Mas por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta
Ela some é lá no ralo de gente
Ela é linda mas não tem nome
É comum e é normal
Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal que corta as ruas
Da minhoca de metal
É... como um concorde apressado cheio de força
Que voa, voa mais pesado que o ar
E o avião, o avião, o avião do trabalhador
Ô Ô Ô Ô Ô my brother
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: O item exige reconhecer, a partir da letra da canção, um olhar crítico sobre a mobilidade e as condições de transporte urbano vividas por trabalhadores de baixa renda — fatores centrais na discussão da urbanização desigual.
Resumo teórico sintético: A urbanização brasileira é marcada por segregação socioespacial e déficit nos serviços públicos. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012) e o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) tratam da necessidade de transporte acessível e sustentável. Trabalhadores de menor renda dependem do transporte público, frequentemente superlotado e de baixa qualidade — tema explícito na letra analisada.
Justificativa da alternativa B: A letra descreve espaço curto, “todo mundo se encosta”, “meu troco é pouco” e a “minhoca de metal” que “corta as ruas” — imagens de transporte coletivo lotado e tarifa baixa relativa à renda. Isso corresponde claramente à experiência da maioria dos trabalhadores urbanos que enfrentam precariedade no transporte público, não à pequena parcela abastada nem ao meio rural.
Análise das alternativas incorretas (estratégia: identifique sujeitos e termos-chave):
A — fala de uma “pequena parte” com acesso a transporte privado e de alta qualidade. A letra descreve o oposto (lotação, troco pouco), logo não cabe.
C — aponta a elite sofrendo com transporte público ruim. A elite não é o foco da letra; o tom e o repertório (troco, mochila, quentinha) remetem aos trabalhadores de baixa renda.
D — refere-se à classe dirigente usufruindo transporte privado eficiente. Contradiz a crítica social presente na canção; termos como “minhoca de metal” e “todo mundo se encosta” não descrevem transporte privado de elite.
E — menciona trabalhadores rurais. A letra evoca cenários urbanos (ruas, Central, corte pelas ruas), portanto trata da realidade urbana, não rural.
Dica de prova / pegadinhas: Procure no enunciado palavras que indiquem quem é o sujeito (troco, mochila, Central, rua). Evite ser atraído por termos como “privado” ou “elite” se não aparecem no texto-base. Relacione imagens poéticas a categorias sociais (ex.: “todo mundo se encosta” → superlotação do transporte público).
Fontes úteis: Lei nº 12.587/2012 (Política Nacional de Mobilidade Urbana); Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade); estudos e dados do IBGE sobre mobilidade urbana.
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