Ao longo do tempo, a atividade industrial, para melhor cumprir sua finalidade de gerar lucros no âmbito do sistema capitalista, desenvolveu diferentes modos de organização do trabalho e da produção.

No que se refere às formas de organização do trabalho implementadas no século XX, é correto afirmar:

O fordismo tem uma estrutura de desenvolvimento de atividades que favorece a especialização do operário, beneficiado pela flexibilização dos contratos de trabalho e pelos investimentos na qualificação profissional.

No taylorismo, há uma flexibilização do tempo dedicado a cada fase do trabalho, e o operário é estimulado a desenvolver habilidades criativas no processo de produção e de divisão das tarefas.

O toyotismo apresenta um modelo flexível de produção, em que o operário é qualificado permanentemente, visando-se ao desempenho de funções diversificadas no processo de desenvolvimento do trabalho.

No pós-fordismo, ocorre uma acentuada divisão do trabalho, o que propicia o desenvolvimento de tarefas especializadas e repetitivas, separando-se as atribuições dos dirigentes daquelas executadas pelos operários.

Gabarito comentado

Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C

Tema central: organização do trabalho industrial no século XX — modelos como taylorismo, fordismo, toyotismo e pós-fordismo. Saber distinguir características-chave (padronização × flexibilidade; especialização × multiskilling; controle do tempo; papel do operário) é essencial para resolver a questão.

Resumo teórico e fontes: Taylorismo (Frederick W. Taylor, The Principles of Scientific Management, 1911): divisão rígida das tarefas, estudos de tempo e movimento, controle estrito do ritmo, baixa autonomia do trabalhador. Fordismo: produção em massa, linhas de montagem, especialização do operário em tarefas repetitivas, padronização e estabilidade laboral (salários relativamente altos para garantir consumo). Toyotismo (Toyota Production System; Taiichi Ohno): produção enxuta, just-in-time, kaizen (melhoria contínua), polivalência do trabalhador, qualificação contínua e flexibilidade para executar múltiplas funções. Pós-fordismo: ênfase na flexibilidade produtiva, fragmentação dos mercados, terceirização e tecnologias da informação; menos ênfase na massificação rígida. (Ver também Piore & Sabel, The Second Industrial Divide, 1984).

Por que a alternativa C é correta: descreve com precisão o toyotismo: modelo flexível, ênfase na qualificação permanente e na polivalência do operário para desempenhar funções diversificadas — elementos centrais do sistema Toyota (just-in-time, kanban, melhoria contínua).

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: atribui ao fordismo a flexibilização dos contratos e investimentos em qualificação. Fordismo privilegia especialização e tarefas repetitivas; a flexibilização contratual é característica posterior (pós-fordismo).

B — Incorreta: taylorismo busca padronizar tempos e movimentos, não flexibilizá-los nem incentivar criatividade; o objetivo é reduzir a autonomia e otimizar cada operação.

D — Incorreta: descreve uma divisão acentuada do trabalho e separação rígida entre dirigentes e operários — características do fordismo/taylorismo, não do pós-fordismo (que tende à flexibilidade e dispersão de tarefas).

Estratégia de prova: ao ler alternativas, destaque palavras-chave (flexível, especialização, qualificação, tempo, repetitivo). Relacione-as imediatamente ao modelo histórico correspondente; elimine as que misturam características contraditórias.

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