O processo de desconcentração industrial no estado de São
Paulo, iniciado na década de 1970, alterou profundamente seu
mapa e território: a mancha metropolitana da capital se expandiu em direção ao Vale do Paraíba, Sorocaba e às regiões de
Campinas e Ribeirão Preto, conglomerados urbanos especializados se formaram ao longo de uma densa malha rodoviária e
as cidades médias assumiram a liderança do mercado em seu
entorno.
(Claudia Izique. Pesquisa FAPESP, julho de 2012.)
A transformação da indústria na metrópole de São Paulo pode
ser entendida pela modificação do sistema de produção, associada aos avanços em transporte e comunicação. As empresas que
participaram desse processo procuravam
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: desconcentração industrial — processo pelo qual indústrias saem dos grandes centros (metrópoles) em busca de melhores custos, infraestrutura logística e incentivos locais. É tema recorrente em geografia econômica e em questões de planejamento regional.
Resumo teórico: A partir das décadas finais do século XX, avanços em transportes e comunicações permitiram que empresas relocassem parte da produção para cidades médias e polos periféricos. Motivações típicas: redução de custos (terrenos, energia, impostos, mão de obra), acesso a polos consumidores regionais, e políticas locais de atração (incentivos fiscais, zonas industriais)
Justificativa da alternativa E: As empresas buscavam reduzir custos — fator determinante na decisão de mover fábricas. Novas cidades ofereciam terrenos mais baratos, incentivos fiscais municipais/estaduais e mão de obra local com custo menor. Esse padrão explica a formação de “manchas industriais” ao longo de rodovias e o crescimento de polos em cidades médias (ex.: Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba).
Análise das alternativas incorretas
A — “conseguir mão de obra suficiente porque trabalhadores não aceitavam mais trabalhar nas fábricas”: incorreta. A saída não ocorreu porque os trabalhadores se recusavam a trabalhar, mas por fatores econômicos e espaciais; mão de obra não era a razão principal.
B — “adquirir matéria-prima porque recursos na metrópole haviam se esgotado”: incorreta. A maioria das indústrias citadas (metalurgia, mecânica, eletroeletrônica) não dependia de matérias‑primas locais; o motivo central foi econômico/estrutural, não esgotamento de recursos.
C — “obter novos mercados por influência de produtos importados”: incorreta. Embora buscar mercados regionais seja motivação secundária, a questão enfatiza mudança do sistema de produção e custos — não competição direta com importados como causa principal da desconcentração.
D — “antecipar mercados, prevendo necessidades das cidades médias”: incorreta. Antecipação de mercados pode ocorrer, mas não foi o motor principal. O aspecto dominante foi a redução de custos e incentivos, que torna E mais completa e direta.
Dica de interpretação: Procure na alternativa o motivo estrutural e econômico (custos, incentivos, infraestrutura). Em temas de desconcentração, respostas que mencionam redução de custos e políticas de atração geralmente são as corretas.
Fontes indicadas: estudos de geografia econômica (IBGE, CNI), artigos sobre desconcentração industrial e pesquisas regionais (ex.: publicações FAPESP).
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