Questão 92079a30-ea
Prova:
Disciplina:
Assunto:
As palavras que completam, de maneira correta, as lacunas no texto, de cima para baixo,
são, respectivamente,
As palavras que completam, de maneira correta, as lacunas no texto, de cima para baixo,
são, respectivamente,
ACHADO NÃO É ROUBADO
Fabrício Carpinejar
Não ganhava mesada, nem ajuda de custo na infância. Eu me virava como dava.
Recebia casa, comida e roupa lavada e não havia como miar, latir e __________________ mais
nada aos pais, só agradecer.
As minhas fontes de renda eram praticamente duas: procurar dinheiro nas
bolsas vazias da mãe, torcendo para que deixasse alguma nota na pressa da troca dos
acessórios, ou catar moedas nas ruas e nos bueiros.
A modalidade de caça a dinheiro perdido exigia disciplina e profissionalismo. Saía
de casa pelas 13h e caminhava por duas horas, com a cabeça apontada ao meio-fio como pedra
em estilingue. Varria a poeira com os pés e cortava o mato com canivete. Fui voluntário remoto
do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
Gastava o meu Kichute em vinte quadras, do bairro Petrópolis ao centro. Voltava
quando atingia a entrada do viaduto da Conceição e reiniciava a minha arqueologia monetária no
outro lado da rua.
Levava um saquinho para colher as moedas. Cada tarde rendia o equivalente a
três reais. Encontrar correntinhas, colares e __________________ salvava o dia. Poderia
revender no mercado paralelo da escola. As meninas pagavam em jujubas, bolo inglês e guaraná.
Já o bueiro me socializava. Convidava com frequência o Liquinho, vulgo Ricardo.
Mais forte do que eu, ajudava a levantar a pesada e lacrada tampa de metal. Eu ficava com a
responsabilidade de descer_________ profundezas do lodo. Tirava toda a roupa – a mãe não
perdoaria o petróleo do esgoto – e pulava de cueca, apalpando às cegas o fundo com as mãos.
Esquecia a nojeira imaginando as recompensas. Repartia os lucros com os colegas que me
acompanhavam nas expedições ao submundo de Porto Alegre. Lembro que compramos uma
bola de futebol com a arrecadação de duas semanas.
Espantoso o número de itens perdidos. Assim como os professores paravam no
meu colégio, acreditava na greve dos objetos: moedas e anéis rolavam e cédulas voavam dos
bolsos para protestar por melhores condições.
Sofria para me manter estável, pois nunca pedia dinheiro a ninguém. Desde cedo,
descobri que vadiar é também trabalhar duro.
Disponível em: < http://carpinejar.blogspot.com.br/2016/06/achado-nao-e-roubado.html >
Acesso em: 22 jun. 2016.
ACHADO NÃO É ROUBADO
Fabrício Carpinejar
Não ganhava mesada, nem ajuda de custo na infância. Eu me virava como dava.
Recebia casa, comida e roupa lavada e não havia como miar, latir e __________________ mais
nada aos pais, só agradecer.
As minhas fontes de renda eram praticamente duas: procurar dinheiro nas
bolsas vazias da mãe, torcendo para que deixasse alguma nota na pressa da troca dos
acessórios, ou catar moedas nas ruas e nos bueiros.
A modalidade de caça a dinheiro perdido exigia disciplina e profissionalismo. Saía
de casa pelas 13h e caminhava por duas horas, com a cabeça apontada ao meio-fio como pedra
em estilingue. Varria a poeira com os pés e cortava o mato com canivete. Fui voluntário remoto
do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
Gastava o meu Kichute em vinte quadras, do bairro Petrópolis ao centro. Voltava
quando atingia a entrada do viaduto da Conceição e reiniciava a minha arqueologia monetária no
outro lado da rua.
Levava um saquinho para colher as moedas. Cada tarde rendia o equivalente a
três reais. Encontrar correntinhas, colares e __________________ salvava o dia. Poderia
revender no mercado paralelo da escola. As meninas pagavam em jujubas, bolo inglês e guaraná.
Já o bueiro me socializava. Convidava com frequência o Liquinho, vulgo Ricardo.
Mais forte do que eu, ajudava a levantar a pesada e lacrada tampa de metal. Eu ficava com a
responsabilidade de descer_________ profundezas do lodo. Tirava toda a roupa – a mãe não
perdoaria o petróleo do esgoto – e pulava de cueca, apalpando às cegas o fundo com as mãos.
Esquecia a nojeira imaginando as recompensas. Repartia os lucros com os colegas que me
acompanhavam nas expedições ao submundo de Porto Alegre. Lembro que compramos uma
bola de futebol com a arrecadação de duas semanas.
Espantoso o número de itens perdidos. Assim como os professores paravam no
meu colégio, acreditava na greve dos objetos: moedas e anéis rolavam e cédulas voavam dos
bolsos para protestar por melhores condições.
Sofria para me manter estável, pois nunca pedia dinheiro a ninguém. Desde cedo,
descobri que vadiar é também trabalhar duro.
Disponível em: < http://carpinejar.blogspot.com.br/2016/06/achado-nao-e-roubado.html >
Acesso em: 22 jun. 2016.
A
reinvindicar - broxes - as.
B
reinvindicar - broches - as.
C
reivindicar - broches - às.
D
reivindicar - broxes - às.