Sobre a agricultura canavieira no Brasil, assinale a alternativa correta.

O avanço da monocultura canavieira figura entre os principais fatores de desmatamento do bioma amazônico.

O avanço da monocultura canavieira é responsável por um volume crescente de empregos agrícolas, pois ainda não foram desenvolvidos maquinários capazes de substituir a mão de obra na fase de colheita.

Os estados nordestinos ampliaram sua participação na produção nacional de cana de açúcar na última década, pois apresentam vantagens comparativas relacionadas ao preço da mão de obra.

Na região Centro-Oeste, os canaviais foram substituídos por atividades agropecuárias mais lucrativas, tais como o cultivo de soja e a criação de gado.

Na região Sudeste, a expansão do plantio ocorrida na última década resultou do aumento da demanda pelo álcool combustível.

Gabarito comentado

Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: distribuição e dinâmica da agricultura canavieira no Brasil — sua relação com demanda por etanol, mecanização, regionalização produtiva e impactos ambientais. Esse tema exige conhecimento sobre regiões produtoras (Sudeste/Centro‑Sul), mercado de álcool combustível e processos de modernização agrícola.

Resumo teórico e contexto prático: a cana‑de‑açúcar no Brasil concentra‑se historicamente no Centro‑Sul (especialmente São Paulo) — região com infraestrutura industrial e logística para açúcar e etanol. A expansão do plantio no Sudeste nas últimas décadas esteve associada ao aumento da demanda por álcool combustível, impulsionada por políticas públicas (ex.: Proálcool) e pela difusão de veículos bicombustíveis, que elevaram a competitividade do etanol. Paralelamente houve intensa mecanização, reduzindo emprego na colheita (fonte: IBGE — Censo Agropecuário; EMBRAPA — cana‑de‑açúcar).

Por que a alternativa E é correta: a expansão recente no Sudeste decorre principalmente do mercado de etanol (combinação de políticas, demanda interna por combustível renovável e indústrias de açúcar e álcool). São Paulo e estados vizinhos ampliaram canaviais para abastecer usinas e atender à crescente demanda por álcool combustível, justificando a correlação apontada na alternativa.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: embora a monocultura possa causar desmatamento em certas áreas, os principais vetores de desmatamento na Amazônia são o desmatamento para pecuária, soja e atividades ilegais; a cana‑de‑açúcar está concentrada no Centro‑Sul/Cerrado, não sendo um dos principais fatores de perda florestal na Amazônia (IBGE; MapBiomas).

B — incorreta: ao contrário, a mecanização da colheita (uso de colhedoras) reduziu a dependência de mão de obra na cana; a monocultura canavieira não tem gerado crescimento contínuo e generalizado de empregos agrícolas na colheita.

C — incorreta: os estados nordestinos até têm polos de cana (áreas irrigadas), mas sua participação nacional não cresceu de forma consistente na última década por “vantagem no preço da mão de obra”. Fatores como clima, disponibilidade de água e políticas locais importam; além disso, a mecanização torna o custo de mão de obra menos determinante (EMBRAPA).

D — incorreta: a afirmação generaliza. No Centro‑Oeste houve expansão tanto de soja e pecuária quanto de cana em áreas adequadas; não houve substituição sistêmica de canaviais por soja/gado em toda a região — a dinâmica é espacialmente diferenciada.

Fontes consultadas: IBGE (Censo Agropecuário), EMBRAPA — setor cana‑de‑açúcar, estudos do setor sucroalcooleiro.

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