Refletir, hoje, sobre a cidade no Brasil significa
pensá-la enquanto materialização do processo
de “urbanização dependente”, em que as
contradições emergem de modo mais gritante, e
a acumulação da riqueza que caminha pari passu
com a miséria leva a um tipo de reivindicação
diferenciada, se comparada àquelas emergentes
nos países ditos desenvolvidos.(CARLOS, 2001,
p. 32).
A reflexão sobre o texto e os conhecimentos sobre o espaço
urbano no Brasil e a dinâmica social brasileira permitem
afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: trata-se da urbanização brasileira — processo rápido e desigual que gerou forte crescimento urbano sem correspondência na oferta de infra‑estrutura e habitação formal, gerando favelas, cortiços e ocupações em áreas de risco.
Resumo teórico (essencial): a urbanização dependente no Brasil combina migração rural‑urbana, concentração metropolitana e exclusão socioespacial. A habitação informal é consequência da carência de políticas públicas, mercado imobiliário restrito e baixa capacidade de regulação. Fontes úteis: Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) e dados do IBGE sobre déficit habitacional.
Por que a alternativa C é correta: ela afirma que a intensa e acelerada urbanização resultou em problemas sociais urbanos — surgimento de favelas e cortiços e ocupação desordenada de áreas de risco — o que condiz com a literatura e com a realidade histórica brasileira. O enunciado sobre “urbanização dependente” sublinha exatamente essas contradições socioespaciais.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: contém erro factual e generalização. São Paulo e Rio de Janeiro estão ambos na Região Sudeste (não no Sul), e a afirmação sobre serem “entre as mais seguras do mundo” é falsa diante dos índices de violência urbana e desigualdade.
B — imprecisa: embora o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001, sancionada pelo governo FHC) disponha de instrumentos para o ordenamento urbano e combate à especulação (ex.: IPTU progressivo, usucapião especial, parcelamento e outorga onerosa), reduzir sua função a um “instrumento de apoio técnico‑social aos prefeitos” é simplificar e tornar equivocada a afirmação — a lei estabelece um marco legal nacional que depende de implementação municipal.
D — incorreta por generalização: nem todo crescimento populacional de cidades médias se dá por planos de urbanismo ou por proximidade às metrópoles; muitos crescimentos são desordenados e variam conforme região e dinâmica econômica. A relação automática com expansão do agronegócio também não é universal.
E — incorreta e conceitualmente errada: favelas não são forma de “segregação voluntária”. São resultado de exclusão do mercado formal de moradia, precariedade de renda e ausência de políticas habitacionais, logo são formas de segregação involuntária.
Dicas de prova: verifique fatos geográficos (regiões), desconfie de frases absolutas, chegue ao núcleo conceitual (causa → efeito) e conheça leis básicas (Estatuto da Cidade) para julgar afirmações sobre políticas urbanas.
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