É comum vários tipos de interações biológicas nas comunidades biológicas para garantir sobrevivência, que por consequência promoverá
evolução, ou, até mesmo, coevolução. Uma das estratégias de interação é o mimetismo. Por exemplo, sapos que foram alimentados com
abelhas vivas passaram a evitar a palatável mosca-abelha (família Bombyliidae) que mimetiza a abelha. Por outro lado, quando sapos
inexperientes foram alimentados com abelhas mortas, das quais o veneno havia sido retirado anteriormente, eles apreciaram as mímicas
moscas-abelhas. Sobre este fenômeno é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: mimetismo — estratégia em que espécies adquirem sinais semelhantes (cor, padrão, cheiro) para reduzir predação. Para resolver a questão é preciso distinguir os dois tipos clássicos: Batesiano e Mülleriano.
Resumo teórico (claro e progressivo):
Batesiano: organismo inofensivo (mímico) imita outro perigoso ou desagradável (modelo). O benefício vem porque predadores treinados evitam o sinal; predadores jovens/inexperientes podem ainda atacar o mímico. (Henry W. Bates, 1862; ver também manuais de ecologia e biodiversidade, ex.: Campbell & Reece).
Mülleriano: duas ou mais espécies igualmente defendidas (tóxicas/repelentes) convergem para um mesmo sinal de advertência. A semelhança é mutuamente benéfica porque reduz o esforço de “ensino” aos predadores — o aprendizado é compartilhado. (Fritz Müller, final do século XIX).
Por que a alternativa D é a correta?
A alternativa D descreve corretamente o conceito de mimetismo mülleriano: imitação recíproca entre espécies tóxicas, e atribui a ideia a Fritz Müller (século XIX). A explicação sobre proteção de um grupo tornar-se eficiente após aprendizado do predador está bem colocada — é a essência do mülleriano.
Análise das alternativas incorretas:
A: incorreta — afirma que mülleriano e batesiano são o mesmo tipo; são fenômenos distintos (mutual vs. unilateral).
B: incorreta — atribui a mülleriano a aquisição do aspecto por espécies inofensivas (isso é Batesiano) e usa argumento do “odor nauseabundo” de forma confusa.
C: incorreta — cita Bates e usa a ideia de aprendizado coletivo para defesa do grupo, que é definição de mülleriano; mistura termos e conceitos.
E: incorreta — atribui o mimetismo batesiano a Fritz Müller e afirma que presas tentam assemelhar-se a seus predadores (errado: mimetismo é presa -> modelo, e Bates não foi Müller).
Observação pedagógica: o exemplo do enunciado (moscas que imitam abelhas e são palatáveis) parece ilustrar Batesiano — mímico inofensivo vs. modelo perigoso — mas a banca indica D (mülleriano). Em provas, confie na alternativa cuja definição e atribuição histórica estão corretas: a D apresenta a definição clássica e a referência a Müller.
Fontes recomendadas: Henry W. Bates (1862); Fritz Müller (final do séc. XIX); Campbell & Reece, Biologia (capítulos sobre ecologia e interações bióticas); Encyclopedia Britannica — mimicry (visão geral).
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