Questão 8218d890-ff
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos
olhos
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.Esse homem é brasileiro que nem eu...
(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte – São Paulo:
Itatiaia – Edusp, 1987.)
Mário de Andrade, autor do poema anterior, fez parte do
grupo que idealizou a Semana de Arte Moderna. Acerca da
linguagem empregada pelo poeta em “Descobrimento”,
pode-se afirmar que:
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos
olhos
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu...
(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte – São Paulo:
Itatiaia – Edusp, 1987.)
Mário de Andrade, autor do poema anterior, fez parte do
grupo que idealizou a Semana de Arte Moderna. Acerca da
linguagem empregada pelo poeta em “Descobrimento”,
pode-se afirmar que:
A
A referência à região Norte demonstra o emprego de
uma linguagem regionalista demonstrando a intenção
dos modernistas de valorizar o povo brasileiro.
B
No primeiro verso do poema é possível destacar a
oralidade presente no texto modernista e sua finalidade
de modificar as formas poéticas anteriores ao movimento.
C
É possível observar o emprego de dois tipos de linguagem
distintos: coloquial e formal, havendo exemplos de
construções que apresentam formalidade e informalidade.
D
Seguindo os moldes modernistas, há uma preocupação
com o uso da linguagem, prezando o poeta pelo
emprego exclusivo de uma linguagem rebuscada e com
grande emprego de inversões na ordem das orações.
E
A escolha do emprego exclusivo de uma linguagem
coloquial reflete o seguimento modernista que reage
radicalmente contra todo tipo de formalismo da
linguagem utilizado até aquele momento na literatura.