Questão 80faec85-df
Prova:UFMT 2008
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado do Mato Grosso

A Rusga em Mato Grosso, portanto, foi um dos mais precoces movimentos regenciais, visto que deflagrado em 1834. Mesmo tendo sido uma luta armada travada no interior das elites, ela engrossou uma movimentação mais ampla, tendo sido plural em suas reivindicações e expressões.

(SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.)

Sobre o movimento A Rusga, assinale a afirmativa correta.




A
Propôs a abolição do trabalho escravo com o objetivo de conseguir a adesão não só dos cativos, mas também dos grupos abolicionistas.
B
O principal alvo dos revoltosos foi a elite comercial e os pequenos proprietários.
C
Em seu momento de maior radicalização, os líderes do movimento pretenderam a independência da província.
D
Significou a reação das elites da província à promulgação da Constituição Imperial.
E
Foi também impulsionada pela questão da cor, pois os revoltosos, em sua maioria mulatos ou crioulos, sentiam-se inferiorizados em relação à população branca.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: A questão trata da Rusga (1834) em Mato Grosso — um dos primeiros movimentos regenciais na província — exigindo conhecimento sobre sua natureza social, lideranças, objetivos e motivações (incluindo fatores raciais e de poder local).

Resumo teórico e contexto progressivo: Durante a Regência (1831–1840) ocorreram muitas manifestações locais contra autoridades nomeadas pela Corte. A Rusga foi ação armada no interior das elites cuiabanas: envolveu militares, comerciantes e pequenos senhores, mas também camadas sociais menos favorecidas; suas reivindicações eram plurais, envolvendo disputa por poder local e prestígio social. Estudos regionais (ex.: Siqueira, 2002) apontam que a questão da cor social influenciou tensões e hierarquias locais.

Justificativa da alternativa E (correta): A alternativa E explica que o movimento foi também impulsionado pela questão da cor, já que muitos participantes (mulatos, crioulos) sentiam-se inferiorizados perante a elite branca. Isso está alinhado com análises locais que mostram como a luta por prestígio, cargos e reconhecimento social em províncias fronteiriças incluía elementos de discriminação racial e identidade — motivo que ampliou a adesão e a natureza plural da Rusga.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. A Rusga não tinha a abolição do trabalho escravo como programa central. A questão escravista só voltaria a ser bandeira sistemática mais tarde; aqui predominavam disputas por poder local e status, não reforma social abolicionista.

B — Incorreta. O principal alvo não eram os pequenos proprietários e a elite comercial em geral; tratava‑se de confrontos entre frações da elite provincial e autoridades locais. A formulação generaliza e inverte a direção dos conflitos.

C — Incorreta. Não há indicação de que os líderes pretendessem a independência da província. A Rusga era movimento regional com objetivos de controle e reconhecimento local, não separatista.

D — Incorreta. A Constituição de 1824 já estava em vigor; a Rusga não se caracteriza como simples reação direta à promulgação constitucional, mas como disputa local por poder durante a Regência. A alternativa simplifica e anacronicamente vincula a causa ao texto constitucional.

Estratégias para resolver questões assim: Atente para as datas (1834 → Regência), para quem lidera o movimento (elites, militares, populações mestiças) e para as demandas explícitas (poder local vs. programas ideológicos). Evite anacronismos (atribuir bandeiras que se fortaleceram depois) e desconfiar de alternativas que generalizam alvos ou objetivos.

Fontes sugeridas: SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002; estudos sobre revoltas regenciais no Brasil para contextualização geral.

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