O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que 1.123 km² da Floresta Amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril (2008). Desse total, 794 km² foram devastados somente no estado de Mato Grosso. Os dados foram colhidos pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).

(Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1463. Acesso em 30/06/2008.)

Em relação ao assunto abordado no texto, analise as afirmativas.

I - O atual desmatamento da Amazônia é fruto da continuidade da tradicional forma de expansão da fronteira agrícola brasileira.

II - O desmatamento é uma estratégia de valorização do capital capaz de diminuir as desigualdades sociais na Amazônia.

III - Em Mato Grosso, o desmatamento ocorre com maior intensidade nas pequenas e médias propriedades concentradas na região norte.

IV - O desmatamento em Mato Grosso beneficia a pecuária extensiva e a produção de grãos.

Estão corretas as afirmativas

Resposta correta: Alternativa A — I e IV, apenas.

Tema central: desmatamento na Amazônia (monitoramento por satélite, causas socioeconômicas e dinâmica regional). É tema recorrente em provas de Geografia por envolver meio ambiente, economia rural e políticas públicas.

Resumo teórico: O desmatamento amazônico atual relaciona‑se à expansão da fronteira agropecuária, com conversão de florestas em pastagens e áreas agrícolas. Fontes de monitoramento: INPE (sistemas DETER e PRODES). A literatura aponta que a atividade é dirigida por demandas de carne e grãos, por infraestrutura e por políticas de uso do solo, beneficiando sobretudo grandes investidores e empreendimentos em cadeia (pecuária extensiva → pasto → agricultura mecanizada).

Justificativa da alternativa correta (I e IV): I — Verdadeira. O desmatamento atual é, em grande medida, continuidade da expansão da fronteira agrícola brasileira: abertura de estradas, ocupação por pecuária e posterior implantação de monoculturas (soja) constituem o padrão historicamente observado (ver relatórios INPE e estudos sobre a história da ocupação da Amazônia).
IV — Verdadeira. Em Mato Grosso, cortes e queimas têm sido amplamente destinados à pecuária extensiva e à produção de grãos (soja), que são forças motrizes do desmate segundo dados do próprio INPE e análises agronômicas da região.

Análise das afirmativas incorretas:
II — Falsa. O desmatamento não é uma estratégia eficaz de redução das desigualdades: costuma concentrar renda e terra, beneficiando empresas e grandes proprietários; frequentemente aumenta conflitos fundiários e não promove desenvolvimento rural inclusivo. Estudos sobre concentração fundiária e impactos sociais confirmam que a riqueza gerada é pouco redistribuída.
III — Falsa. Em Mato Grosso, o desmatamento intensifica‑se em grandes propriedades e nas frentes pioneiras (não primariamente em pequenas e médias propriedades da região norte). A dinâmica dominante é a atuação de agentes privados com capital para mecanização e integração com mercados externos, especialmente no arco sul‑matogrossense.

Dicas de interpretação para provas: procure palavras-chave socioeconômicas (continuidade histórica, beneficiários do desmate, escala da propriedade). Questões sobre causas exigem distinguir entre efeitos (pobreza, emprego) e beneficiários (concentração de capital). Confunda menos: se uma afirmativa sugere que desmatamento reduz desigualdade, desconfie — frequentemente o oposto é verdadeiro.

Fontes recomendadas: INPE (DETER/PRODES), relatórios do MMA, artigos sobre fronteira agrícola e concentração fundiária.

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