Questão 78a8d0ee-b4
Prova:UPE 2017
Disciplina:Biologia
Assunto:Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

Leia o texto a seguir:


No dia 5 de novembro de 2015, a cidade histórica de Mariana, que fez parte da Estrada Real, criada ainda no século XVII, foi o cenário principal do maior desastre ambiental da História do Brasil, de acordo com o Ibama. Por volta das 16h, a barragem de Fundão, da mineradora Samarco, se rompeu, provocando o vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério, matando 19 pessoas (entre moradores e funcionários da empresa), destruindo centenas de imóveis e deixando milhares de pessoas desabrigadas. O vazamento, considerado o maior de todos os tempos em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração, provocou também a poluição do Rio Doce e danos ambientais que se estenderam aos estados do Espírito Santo e da Bahia.

Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/maior-desastre-ambiental-do-brasil-tragedia-de-mariana-deixou-19-mortos20208009#ixzz4n2UUJzg0


Quanto aos danos na natureza, é CORRETO afirmar que

A
o impacto ecológico é de fácil recuperação, necessitando se retirar a lama depositada no fundo do Rio Doce.
B
a fauna e a flora podem retornar naturalmente ao ambiente, quando a lama se dispersar por meio da vazão do rio.
C
o dano é irreversível, sendo considerado pelos cientistas como uma área morta após o desastre natural.
D
a Mata ciliar do Rio Doce funcionará como um filtro da poluição presente na lama de rejeitos de minérios, ajudando na recuperação natural do ambiente.
E
a recuperação do leito do rio ocorrerá mediante intervenções de desassoreamento e biorremediação, embora a fauna e a flora se recuperem lentamente.

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: impactos ambientais de vazamentos de rejeitos de mineração (rompimento de barragens) e as medidas necessárias para recuperação de ecossistemas aquáticos e ribeirinhos.

Resumo teórico: o rompimento libera grandes volumes de sedimentos e contaminantes (partículas finas, metais pesados), causando: 1) obstrução e soterramento do leito; 2) baixa de oxigênio e mortalidade da biota; 3) transporte de contaminantes rio abaixo. A recuperação envolve ações físicas (desassoreamento, remoção de sedimentos), químicas e biológicas (biorremediação: microrganismos, plantas para estabilização e remoção de metais) e monitoramento de longo prazo. Fontes de referência: relatórios do IBAMA sobre desastres de barragens, diretrizes de biorremediação (agências ambientais como EPA) e a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) que exige recuperação e compensação ambiental.

Por que a alternativa E é correta: ela reconhece que é preciso intervenção ativa — desassoreamento para restabelecer o leito e técnicas de biorremediação para tratar contaminantes — e admite recuperação lenta da fauna e flora. Isso está alinhado com estudos e relatórios técnicos sobre desastres de rejeitos: impactos extensos exigem medidas combinadas e acompanhamento a médio/longos prazos.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Afirma que o impacto é de fácil recuperação apenas retirando lama do fundo. Subestima contaminação química, sedimentação em bancos e perda de habitat que exigem múltiplas ações e monitoramento — não é simples nem rápido.

B — Incorreta. Sugere que fauna e flora voltarão naturalmente quando a lama se dispersar. A dispersão pode levar contaminantes longe e manter efeitos tóxicos; além disso, muitos organismos não retornam sem restauração de habitat e controle da qualidade da água.

C — Incorreta. Classificar o dano como irreversível e "área morta" é um exagero técnico. Embora alguns danos sejam graves e persistentes, técnicas de recuperação e remediação podem recuperar funções ecológicas ao longo do tempo; além disso, o desastre foi de origem antrópica, não natural.

D — Incorreta. A mata ciliar tem papel filtrante e protetor, mas sozinha não neutraliza grandes volumes de rejeitos ou remoção de metais; em muitos casos a própria vegetação ripária é afetada e precisa de recuperação assistida.

Dica de prova: desconfie de absolutos ("fácil", "irreversível", "apenas") e de soluções isoladas. Procure alternativas que combinem medidas técnicas e reconheçam recuperação lenta e monitoramento.

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