No estado do Paraná, na década de 1970, um fenômeno climático denominado “geada negra” atingiu uma parcela considerável do Estado e provocou um conjunto de desdobramentos na área socioeconômica e ambiental.
Sobre esses eventos, assinale a alternativa correta.

As orientações da secretaria da agricultura do estado sobre a implantação da agricultura agroecológica impediram, no norte do Estado, a destruição da lavoura dominante.

O desastre resultante da geada implicou, na maioria das vezes, na erradicação das plantas afetadas e em suas substituições pelo cultivo da soja pelos produtores rurais.

O Estado paranaense, dependente da produção do campo da região afetada pela geada, decidiu comprar essa plantação, amparando assim os produtores rurais.

O agronegócio, nos anos 1970, tinha influenciado os paranaenses no sistema de plantio das culturas de soja e milho na região do Norte Pioneiro e a “geada negra” destruiu a lavoura de milho.

Com a escassez de alimentos provocados pela geada, um contingente populacional migrou das cidades para o campo para cultivar agricultura de subsistência e fugir da fome.

Gabarito comentado

Aline Soares Monitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda a “geada negra” de 1975 no Paraná, um evento climático que comprometeu fortemente a produção cafeeira, provocando sérias consequências econômicas, ambientais e sociais, sobretudo na região Norte do estado.

Conceitos essenciais: A geada negra ocorre quando o frio extremo faz a seiva das plantas congelar, tornando as folhas e caules escuros e destruindo plantações inteiras. Até então, o Paraná era o maior produtor nacional de café, sustentando boa parte de sua economia neste setor. Com o desastre climático, houve uma drástica mudança no perfil agrícola estadual, com agricultores optando pela soja e outras culturas temporárias.

Justificativa da alternativa correta (B):

A alternativa B está correta porque, após a geada, a maioria dos cafezais foi erradicada (as plantas mortas foram removidas) e largamente substituída por lavouras de soja, que passou a ser um dos principais produtos agrícolas do estado. Esse movimento representou uma diversificação econômica e modernização da agricultura paranaense. Diversos autores, como Bittencourt (“Café: ciclo econômico e transformações”, em obras sobre história agrária do Paraná), comprovam essa transição e suas repercussões.

Análise das alternativas incorretas:

A – Incorreta. Não houve influência de orientações sobre agricultura agroecológica capazes de evitar a destruição das lavouras; o fenômeno foi climático e incontrolável.

C – Incorreta. O estado não adquiriu plantações destruídas; as ações governamentais focaram em crédito, incentivos e diversificação produtiva, não em compra dos cafezais devastados.

D – Incorreta. O impacto foi principalmente sobre o café e não sobre o milho. O agronegócio de soja e milho surge como consequência do evento, não o contrário.

E – Incorreta. Ocorreu êxodo rural, ou seja, migração do campo para a cidade – não o inverso – em busca de trabalho, devido ao abandono das terras e à crise agrícola.

Estratégias para provas futuras:

Observe sempre termos técnicos (“agricultura agroecológica”, “soja”, “milho”, “migração”), as relações de causa e efeito e generalizações (como em E). Fique atento a dados factuais históricos – identificar rapidamente o que afetou o café (e não outros cultivos) pode evitar erro nesse tipo de questão.

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