O índice de urbanização no Brasil é muito elevado, cerca de 80% de toda a população reside em ambientes urbanos.
A cidade tornou-se palco das diferenças sociais, onde uma parte das áreas periféricas (aquelas que não são ocupadas
pelos condomínios horizontais fechados, por exemplo) sofre com a falta de infraestrutura e serviços básicos. Não bastando
isso, a ocupação de áreas irregulares coloca a população de baixo poder aquisitivo em uma efetiva situação de risco,
tornando-a vulnerável a situações de desastres, como a que aconteceu no morro do Bumba, em Niterói, no Rio de Janeiro,
no início do mês de abril de 2010.
Sobre esse assunto, analise as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.
Gabarito comentado
Resposta correta: alternativa D (INCORRETA)
Tema central: urbanização e seus impactos socioespaciais — compreensão de como a cidade cresce, as formas de ocupação (regular e irregular), as consequências ambientais e a relação entre mercado imobiliário e segregação.
Resumo teórico: a urbanização brasileira acelerou-se na 2ª metade do séc. XX, gerando metropolização, verticalização e forte expansão periférica. A ocupação urbana divide‑se em loteamentos formais e ocupações informais (favelas, invasões), frequentemente em áreas de risco (encostas). Processos de especulação fundiária e desigual acesso ao solo urbano geram segregação socioespacial. (Fontes: IBGE — Censos; Lei nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade; autores como S. Maricato.)
Por que D está errada: a alternativa confunde conceitos e contém contradição interna. É verdade que a especulação e retenção de terrenos bem localizados empurram populações de baixa renda para periferias. Porém, o texto afirma que “o acesso é para todos, devido o alto valor a ser pago pelas infraestruturas instaladas” — isso é contraditório: alto custo de infraestrutura restringe o acesso, não o amplia. Além disso diz que agentes “utilizam estratégias mercantis para valorizar todas as áreas” — não é “todas”: há valorações seletivas; a lógica do mercado tende a valorizar certas áreas (centro, eixos de infraestrutura) e desvalorizar outras, produzindo segregação. Por isso a assertiva global é incorreta.
Análise das demais alternativas:
A — correta: distingue loteamentos regulares e ocupações irregulares; descreve corretamente a ocorrência de ocupações em encostas com infraestrutura precária (ex.: encostas urbanas e risco de deslizamento).
B — correta: descreve bem o processo histórico (pós‑1950/60) de urbanização, metropolização, verticalização e expansão periférica (dados IBGE e literatura urbana).
C — correta: aponta impactos reais da periferização e peri‑urbanização — maior tempo de deslocamento, mais trânsito e poluição, falta de saneamento e desmatamento em bordas urbanas.
Estratégia de prova: procure contradições internas e palavras que invertam sentido (ex.: “acesso é para todos” quando o contexto indica exclusão). Foque em conceitos-âncora: especulação fundiária, segregação socioespacial, ocupação irregular.
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