“Se a gente se cansa

Do mesmo lugar,

Do mesmo ser

Por que não se cansar?” (2ª estrofe)

Os termos sublinhados constituem

Comentário do Gabarito — Função do “se” no poema de Fernando Pessoa

Tema central: A questão trabalha análise gramatical e funções morfossintáticas da palavra “se”, exigindo conhecimento em conjunções subordinativas e pronomes reflexivos.

Explicação da resposta correta (Alternativa B):

1ª ocorrência (“Se a gente se cansa”):
O “se” inicial é uma conjunção subordinativa condicional. Indica condição, podendo ser substituído por “caso”: “Caso a gente se canse...” Assim, não é pronome.

2ª ocorrência (“se cansa”):
O “se” acompanha o verbo “cansar”, formando o verbo pronominal “cansar-se”. Dessa forma, é pronome reflexivo, indicando que a ação recai sobre o próprio sujeito (a gente se cansa, isto é, cansa a si mesma).

3ª ocorrência (“não se cansar”):
Igualmente, trata-se de pronome reflexivo, enfatizando o sujeito da ação do verbo pronominal “cansar-se”, ainda que este esteja implícito.

Regra-chave: Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) e Cunha & Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo), conjunções estabelecem relações entre orações; pronomes reflexivos indicam retorno da ação ao sujeito.

Análise das alternativas incorretas:

A) Errada — a primeira ocorrência é conjunção, não pronome.
C) Errada — apenas a primeira é conjunção, as outras são pronomes.
D) Errada — inverteu funções: a primeira é conjunção.
E) Errada — somente o primeiro “se” é conjunção.

Pontos de atenção para provas:

Fique atento ao contexto! O mesmo vocábulo “se” pode variar de função: a conjunção sempre une orações, já o pronome liga-se a verbos pronominais ou reflexivos. Examine se “se” pode ser trocado por outra conjunção (“caso”) ou se integra o verbo.

Referências:
Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa.
Celso Cunha & Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo.

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