A elite considerava vulgar o esporte realizado pelos trabalhadores, propondo outras formas de prática esportiva mais adequadas aos costumes valorizados por ela.

Resposta: Alternativa C — Certo

Tema central e relevância: trata-se da relação entre esporte, classe social e construção da Educação Física no século XIX. Entender esse processo ajuda a identificar como valores de elite (amadorismo, etiqueta, honra) moldaram práticas educativas e esportivas, determinando o que era considerado "adequado" para cada grupo social.

Resumo teórico e justificativa: no século XIX, com a industrialização e a urbanização, as classes dominantes olharam com repulsa para jogos populares praticados por trabalhadores — vistos como desordenados e "vulgares" — e passaram a promover modalidades codificadas, reguladas e ligadas ao ideal do gentleman (críquete, polo, tênis de campo). Ao mesmo tempo, houve difusão de sistemas de ginástica (alemão, sueco) nas escolas e no exército como formas de disciplina corporal e moral. Esse movimento reforçou a divisão entre esporte amador da elite e práticas populares mais espontâneas, configurando a Educação Física como instrumento de controle social e de reprodução de valores burgueses (ver Guttmann, 1978; Holt, 1989; Mangan, 1981).

Exemplos práticos: o futebol, originado em jogos informais urbanos, foi inicialmente associado às classes trabalhadoras; ao ser codificado e incorporado por escolas e clubes, sofreu reorganização social e cultural. Modalidades como o tênis de campo e o críquete permaneceram símbolos de distinção social.

Estratégia de interpretação para provas: ao avaliar afirmações históricas, procure palavras-chave (elite, trabalhadores, vulgar, codificação) e relacione-as com processos como industrialização, profissionalização e amadorismo. Se a proposição aponta diferenciação social nas práticas corporais do século XIX, é provável que esteja correta.

Fontes sugeridas: A. Guttmann, From Ritual to Record (1978); R. Holt, Sport and the British: A Modern History (1989); J.A. Mangan, Athleticism in the Victorian and Edwardian Public School (1981).

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