Muitos geógrafos e economistas consideram que a
modernização da agricultura brasileira se fez sem que
a estrutura da propriedade rural fosse alterada, e isso,
na opinião deles, teve “efeitos perversos”.
Que exemplos desses “efeitos perversos” podem ser
mencionados?
1) A propriedade rural tornou-se mais concentrada.
2) As disparidades de renda aumentaram bastante.
3) O êxodo rural acentuou-se.
4) O aumento da taxa de exploração da força de trabalho nas atividades agrícolas.
5) A diminuição da modernização conservadora no campo.
Estão corretos:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D (1, 2, 3 e 4)
Tema central: a expressão “modernização conservadora” refere‑se ao avanço técnico e produtivo no campo sem mudança na estrutura fundiária — ou seja, modernização que preserva a concentração da terra e desigualdades sociais. Para resolver a questão é preciso relacionar esse processo aos seus efeitos socioeconômicos: concentração fundiária, desigualdade de renda, êxodo rural e alterações nas relações de trabalho.
Resumo teórico: a modernização agrícola no Brasil envolveu mecanização, revolução dos insumos e integração a mercados externos, beneficiando sobretudo grandes propriedades capazes de investir. Fontes empíricas (Censo Agropecuário — IBGE) mostram persistente concentração de terra e crescente produtividade por unidade, mas com redução de empregos rurais. Consequências típicas: maior desigualdade de renda rural, aumento do êxodo para centros urbanos e maior intensidade/exploração do trabalho remanescente.
Por que a alternativa D é correta?
- 1 (concentração): verdadeiro — modernização sem reforma agrária tende a ampliar vantagem das grandes propriedades, levando à concentração. (IBGE/Censo Agropecuário documenta esse padrão).
- 2 (disparidades de renda): verdadeiro — renda e patrimônio ficam mais concentrados entre proprietários capazes de investir, aumentando desigualdades locais.
- 3 (êxodo rural): verdadeiro — mecanização e processos produtivos mais intensivos em capital reduzem demanda por mão de obra, estimulando migração para cidades.
- 4 (aumento da taxa de exploração da força de trabalho): verdadeiro — nas áreas onde a produção persiste, há maior sobrecarga, precarização e regimes de trabalho mais intensivos para reduzir custos, caracterizando aumento da exploração.
Análise das alternativas incorretas
- A (1 e 5 apenas): incorreta porque inclui a 5 e exclui 2,3,4. A afirmativa 5 diz “diminuição da modernização conservadora”, que é contrária ao contexto — o processo mencionado é justamente manutenção/continuidade da modernização conservadora, não sua diminuição.
- B (2 e 3 apenas): incompleta — deixa de fora a concentração fundiária (1) e os efeitos sobre as relações de trabalho (4), que são elementos centrais do argumento.
- C (1, 2 e 5 apenas): errada pela inclusão da 5 (incoerente) e exclusão do êxodo e da exploração do trabalho.
- E (1, 2, 3, 4 e 5): errada porque a 5 está equivocada (diminuição). O restante está correto, mas a presença da 5 inviabiliza a opção.
Dica de interpretação: busque termos-chave (ex.: “sem que a estrutura da propriedade rural fosse alterada”) — eles indicam continuidade da concentração. Verifique se afirmações soam inversas (como “diminuição”) — são sinais de armadilha.
Fontes úteis: Censo Agropecuário (IBGE), relatórios da FAO sobre emprego rural e literatura sobre “modernização conservadora” em geografia agrária.
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