Segundo os geógrafos Aroldo de Azevedo (1948) e Aziz Ab' Saber (1956), no Planalto Meridional do Brasil destaca-se a ocorrência de solos de terra roxa, caracterizados por elevada fertilidade natural e por isso muito utilizados nas atividades agrícolas. O tipo de rocha, a estrutura geológica que dá origem ao solo de terra roxa e a atividade agrícola historicamente nele desenvolvida são, respectivamente:

o basalto, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia Sedimentar do Paraná, onde se desenvolveu o cultivo de café.

o arenito, que é uma rocha sedimentar marinha da Bacia Sedimentar do Maranhão, onde se desenvolveu a plantação de arroz.

o granito, que é uma rocha ígnea intrusiva do Escudo Cristalino do Brasil Central, onde se desenvolveu o cultivo de feijão.

o gnaisse, que é uma rocha metamórfica bandeada do Escudo Cristalino Atlântico, onde se desenvolveu o plantio de laranja.

o diabásio, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia Sedimentar da Amazônia, onde se desenvolveu o cultivo de pimenta-do-reino.

Gabarito comentado

Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: solos de terra roxa — origem litológica, estrutura geológica e uso agrícola histórico. Essa questão exige relacionar tipo de rocha (geologia), unidade geológica (bacia ou escudo) e cultivo tradicional (história econômica regional).

Resumo teórico: A chamada “terra roxa” do Sul e Sudeste do Brasil é um solo de elevada fertilidade natural derivado da alteração de básaltos (fluxos vulcânicos) que compõem as formações da Bacia Sedimentar do Paraná — tecnicamente associados aos derrames basálticos do Mesozóico. Esses solos favoreceram, historicamente, culturas exigentes em fertilidade, em especial o cafezal. (Fontes: Aroldo de Azevedo, 1948; Aziz Ab'Saber, 1956; Embrapa — manuais de solos e geologia regional.)

Por que A é correta: Basalto é rocha ígnea extrusiva típica dos derrames da Bacia do Paraná. A alteração química desses basaltos gera solos ricos em minerais úteis para agricultura — motivo pelo qual regiões com “terra roxa” foram as principais áreas de expansão do cultivo de café no Brasil (séculos XIX–XX), especialmente em São Paulo e Minas Gerais.

Análise das alternativas incorretas:

B — Arenito / Bacia do Maranhão / arroz: Arenito é rocha sedimentar, mas a associação com “terra roxa” é incorreta; além disso a Bacia Sedimentar do Maranhão não é a fonte clássica desses solos. O arroz é tipicamente cultivado em áreas aluviais e planícies, não ligado à terra roxa basaltóide.

C — Granito / Escudo Cristalino do Brasil Central / feijão: Granito é rocha ígnea intrusiva (escudos cristalinos), que gera solos menos férteis que os basaltos; feijão é cultivo generalizado, não característico historicamente da terra roxa.

D — Gnaisse / Escudo Cristalino Atlântico / laranja: Gnaisse é metamórfico do escudo; não origina a terra roxa. O cultivo de laranja desenvolveu-se em diferentes solos, mas a combinação proposta é imprecisa para o conceito trabalhado.

E — Diabásio / Bacia da Amazônia / pimenta-do-reino: Diabásio (diabase) é, na prática, uma rocha máfica intrusiva próxima ao basalto, mas não é a descrição clássica nem da Bacia Amazônica; pimenta-do-reino tem cultivo tropical distinto e não é a referência histórica associada à terra roxa.

Dica de prova: Ao ver “terra roxa” lembre-se de três palavras-chave: basalto — Bacia do Paraná — café. Verifique sempre tipo de rocha (ígnea intrusiva vs extrusiva), unidade geológica (bacia vs escudo) e se o cultivo citado tem ligação histórica com a região.

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