Candidato eleito pela LEC (Liga Eleitoral
Católica), Menezes Pimentel foi Governador do
Ceará e depois Interventor Federal no Ceará,
durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, tendo
ficado à frente do governo do estado de 1935 até
1945. Atente ao que se afirma a seguir sobre o
governo de Menezes Pimentel:
I. Nesse governo se deu o ataque de forças
militares à comunidade do Caldeirão da
Santa Cruz do Deserto, localizada no Cariri
cearense e liderada pelo Beato José
Lourenço, que resultou em muitos mortos.
II. Seu governo e sua interventoria ocorreram
em um momento de grande pacificação
social, o que possibilitou uma boa relação
política com seus opositores e o respeito à
liberdade de expressão.
III. Eleito em nome da fé, das tradições
familiares e da Pátria, quando se tornou
interventor, instituiu a delação, a
perseguição política e as prisões arbitrárias
de inimigos políticos e de intelectuais como
Rachel de Queiroz e Jáder de Carvalho.
IV. Sob o comando de Pimentel, foi garantido o
funcionamento de lojas maçônicas, centros
espíritas e locais de prática de religiões afro-brasileiras, pois prevalecia o ideal do Estado
laico.
Está correto o que se afirma somente em
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — I e III
Tema central: trata da atuação do governador/interventor Menezes Pimentel (1935–1945) no Ceará durante o Estado Novo. É preciso relacionar a política autoritária do período com eventos locais (repressão a comunidades religiosas, perseguição a opositores e intelectuais).
Resumo teórico e contextual: o Estado Novo (1937–1945) implantou centralização e repressão política. No âmbito estadual, interventores aliados ao projeto Vargas reprimiam movimentos sociais, dissidências políticas e grupos considerados subversivos. No Ceará, isso se traduziu em ações militares contra comunidades (ex.: Caldeirão da Santa Cruz do Deserto) e em prisões e perseguições a opositores e intelectuais.
Por que I e III são corretas:
I — Há registro histórico do ataque militar à comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, liderada pelo Beato José Lourenço, com resultado em mortes e repressão violenta. Esse episódio integra a lógica repressiva do período.
III — Ao tornar-se interventor, Pimentel atuou segundo práticas autoritárias: incentivou a delação, perseguiu adversários e houve prisões arbitrárias que atingiram personalidades públicas e intelectuais, conforme estudos sobre o período e relatos biográficos de figuras locais.
Análise das alternativas incorretas:
II — Errada. Não houve “grande pacificação social” nem respeito pleno à liberdade de expressão; o período foi de controle político e censura.
IV — Errada. Apesar da laicidade formal do Estado, a prática política de Pimentel não significou garantia ampla e respeitosa para todas as manifestações religiosas (a atuação estadual foi marcada por alinhamentos e restrições conforme padrões conservadores).
Dica de interpretação: ao identificar itens sobre regimes autoritários, busque palavras-chave — “pacificação”, “respeito à liberdade” são sinais de contradição com a ação do Estado Novo. Vincule eventos locais (Caldeirão, prisões de intelectuais) ao contexto nacional de repressão.
Fontes para estudo complementar: obras sobre o Estado Novo (ex.: Boris Fausto; Thomas Skidmore), arquivos públicos do Estado do Ceará e estudos regionais sobre o Caldeirão e a repressão cearense no período.
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