O aquecimento global e o lançamento de esgotos no mar têm sido apontados como processos que põem em risco os ecossistemas recifais. O aumento de temperatura pode ocasionar o branqueamento dos recifes, o que representa a perda de zooxantelas — microalgas que vivem no interior dos corais hermatípicos, realizando fotossíntese e liberando doses extras de nutrientes orgânicos. Em contrapartida, as zooxantelas sobrevivem utilizando produtos gerados pelo metabolismo dos corais. Outro problema que tem causado sérios danos aos recifes é o despejo de esgotos domésticos e industriais no mar, o que provoca a proliferação de cianofíceas e algas verdes que crescem na superfície da água e impedem que a luz chegue aos corais.

Considerando-se os seres vivos e a relação natural de sobrevivência e com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que, nessa ordem, existe uma relação de

Alternativa correta: C — simbiose entre zooxantelas e corais

Tema central: interação entre corais hermatípicos e suas microalgas simbióticas (zooxantelas). Essa relação é essencial para a construção e manutenção de recifes; entender a natureza do benefício mútuo é chave para responder.

Resumo teórico (claro e progressivo): Simbiose é uma interação íntima entre organismos que pode ser mutualista, comensal ou parasitária. No caso clássico dos corais, trata‑se de mutualismo: as zooxantelas (principalmente do grupo Symbiodiniaceae) realizam fotossíntese dentro dos tecidos do coral e transferem parte dos produtos orgânicos (açúcares, lipídeos) para o hospedeiro; em contrapartida, o coral fornece abrigo, CO2 e nutrientes minerais. Essa dependência explica por que o branqueamento (perda das zooxantelas) leva ao enfraquecimento e morte dos corais (ver: Muscatine & Porter; Hoegh‑Guldberg).

Justificativa da alternativa C: O enunciado descreve troca de benefícios: zooxantelas realizam fotossíntese e fornecem nutrientes extras aos corais, enquanto sobrevivem usando produtos do metabolismo coralino. Essa troca recíproca caracteriza simbiose mutualista, logo a alternativa C é correta.

Análise das alternativas incorretas:

A — Inquilinismo entre corais e zooxantelas: Inquilinismo (tipo de comensalismo) implica um organismo vivendo no outro sem causar benefício recíproco; aqui há benefício mútuo, não apenas um abrigo.

B — Colônia entre zooxantelas e cianofíceas: "Colônia" refere‑se a organismos da mesma espécie que formam unidades (p.ex. colônias de corais ou algas). Zooxantelas e cianobactérias são distintos e o enunciado não descreve formação de colônia conjunta.

D — Forésia entre corais e cianofíceas: Forésia = transporte passivo de um organismo pelo outro (ex.: ácaros em insetos). Não se aplica ao fenômeno descrito.

E — Epifitismo entre algas verdes e corais: Epifitismo refere‑se a plantas/algas que crescem sobre plantas sem necessariamente prejudicá‑las. No enunciado, algas e cianobactérias proliferam na superfície, bloqueando luz e prejudicando corais — relação diferente e, além disso, epifitismo envolve plantas sobre plantas; a definição não se ajusta aqui.

Dica de resolução rápida para concursos: procure no enunciado palavras de reciprocidade ("liberando", "utilizam produtos gerados pelo metabolismo") — elas sinalizam mutualismo/simbiose. Termos como "vive no interior" + benefício mútuo → simbiose.

Principais referências resumidas: Muscatine & Porter (1977) sobre mutualismo coral–zooxantela; Hoegh‑Guldberg (1999) sobre branqueamento e efeitos do aquecimento.

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