Joana é daltônica e é do tipo sanguíneo A. Ela se casou
com Pedro, que tem visão normal e é do tipo sanguíneo
AB. Sabendo que a mãe de Joana tem visão normal e é
do tipo sanguíneo O, a probabilidade de o casal ter uma
menina de visão normal e do tipo sanguíneo A é de:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — 1/4
Tema central: interação entre herança ligada ao cromossomo X (daltonismo — recessivo) e herança autossômica polialélica (sistema ABO). É típico em concursos porque exige deduzir genótipos parentais e multiplicar probabilidades de eventos independentes (sexo, fenótipo ligado ao X, grupo sanguíneo).
Resumo teórico rápido: - Daltonismo é um caráter recessivo ligado ao cromossomo X. Mulheres precisam de duas cópias recessivas (XcXc) para serem daltônicas; homens, uma só (XcY). - Sistema ABO: alelos IA, IB e i. IA e IB são codominantes; i é recessivo. Genótipos determinam fenótipo (ex.: IAi ou IAIA → tipo A). (Fonte: Campbell & Reece, Biology; Griffiths et al., Introduction to Genetic Analysis.)
Determinação dos genótipos: - Joana é mulher daltônica → genótipo XcXc. - Mãe de Joana é fenotipicamente normal, mas teve filha XcXc → mãe deve ser portadora X^N Xc. Isso implica que o pai de Joana era XcY (não usado diretamente, mas confirma segregação). - Joana é tipo A e mãe é O (ii) → Joana = IA i. - Pedro é AB → IA IB. Portanto o cruzamento relevante: mulher IA i (XcXc) × homem IA IB (X^N Y).
Probabilidades (eventos independentes): - Filha (sexo feminino): 1/2. - Visão normal na filha: todas as filhas recebem o X normal do pai (X^N) e Xc da mãe → X^N Xc → fenótipo normal. Probabilidade = 1 (condicionada ao sexo). - Tipo sanguíneo A: cruzamento IA i × IA IB dá 50% de chance de A (IAIA ou IAi). Multiplicando: 1/2 (sexo) × 1 (visão) × 1/2 (A) = 1/4.
Análise das alternativas incorretas: - B (1/8): incorreto porque subestima a chance sanguínea ou do sexo; não há fator extra que divida por 2. - C (3/4): muito alto — suporia visão normal em 100% e tipo A em 75%, o que não ocorre. - D (1): impossível porque combinações genéticas e sexo não garantem 100%. - E (1/2): seria se considerássemos apenas um dos eventos (sexo ou sangue), mas não ambos; aqui precisamos multiplicar probabilidades.
Dica de interpretação: identifique primeiro heranças (ligada ao X vs autossômica), deduza genótipos parentais usando informações da mãe/pai e aplique produto das probabilidades de eventos independentes (sexo × fenótipo ligado ao X × grupo sanguíneo). Pegadinhas comuns: esquecer que mulher daltônica tem XcXc (não XcX), ou não usar a informação da mãe O para inferir o alelo i transmitido.
Referências sugeridas: Campbell & Reece, Biology; Griffiths et al., Introduction to Genetic Analysis (capítulos sobre herança ligada ao X e sistema ABO).
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