Há ditongos nasais, ou seja, encontro de uma
vogal nasal e uma semivogal, em “mão”
(linha 5) e em “orações (linha 13), e há
dígrafos, isto é, o encontro de duas letras que
simbolizam um único fonema nos vocábulos
grifados em “Olhou em meus olhos” (linha 6).
TEXTO
No dia em que eu saí de casaIntérpretes: Zezé Di Camargo e Luciano No dia em que eu saí de casa,
Minha mãe me disse:
– Filho, vem cá!
5 Passou a mão em meus cabelos,
Olhou em meus olhos,
Começou falar:
– Por onde você for, eu sigo
10 Com meu pensamento,
Sempre onde estiver.
– Em minhas orações,
Eu vou pedir a Deus
15 Que ilumine os passos seus.
Eu sei que ela nunca compreendeu
Os meus motivos de sair de lá.
20 Mas ela sabe que, depois que cresce,
O filho vira passarinho e quer voar.
Eu bem queria continuar ali,
Mas o destino quis me contrariar.
25
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei, chorando a me abençoar.
A minha mãe, naquele dia,
30 Me falou do mundo como ele é.
Parece que ela conhecia
Cada pedra em que eu iria pôr o pé.
35 E sempre ao lado do meu pai,
Da pequena cidade ela jamais saiu.
Ela me disse assim:
– Meu filho, vá com Deus,
40 Que este mundo inteiro é seu.
(...)
(Texto adaptado. Disponível em <http://zeze-di-camargo-eluciano.musicas.mus.br/letras/85384>. Acesso em 28/05/2013.)
Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
Minha mãe me disse:
– Filho, vem cá!
5 Passou a mão em meus cabelos,
Olhou em meus olhos,
Começou falar:
– Por onde você for, eu sigo
10 Com meu pensamento,
Sempre onde estiver.
– Em minhas orações,
Eu vou pedir a Deus
15 Que ilumine os passos seus.
Eu sei que ela nunca compreendeu
Os meus motivos de sair de lá.
20 Mas ela sabe que, depois que cresce,
O filho vira passarinho e quer voar.
Eu bem queria continuar ali,
Mas o destino quis me contrariar.
25
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei, chorando a me abençoar.
A minha mãe, naquele dia,
30 Me falou do mundo como ele é.
Parece que ela conhecia
Cada pedra em que eu iria pôr o pé.
35 E sempre ao lado do meu pai,
Da pequena cidade ela jamais saiu.
Ela me disse assim:
– Meu filho, vá com Deus,
40 Que este mundo inteiro é seu.
(...)
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda Fonologia, em especial os conceitos de ditongo nasal e dígrafo – conteúdos frequentemente cobrados em vestibulares e concursos, fundamentais para o domínio das estruturas sonoras do português.
Justificativa da alternativa correta (CERTO):
- Ditongo nasal é definido como o encontro de uma vogal e uma semivogal pronunciadas em uma mesma sílaba, com passagem de ar pela cavidade nasal (Bechara, Moderna Gramática Portuguesa).
Nas palavras “mão” (ão) e “orações” (ões), temos ditongos nasais, pois as terminações “ão” e “ões” são realizadas foneticamente como uma vogal nasalizando a semivogal, formando um só som nas fossas nasais.
- Dígrafo ocorre quando duas letras representam um único fonema (som). O dígrafo “lh” aparece em “olhou” e “olhos”, simbolizando o fonema /ʎ/ (chamado de "l" palatal).
Conforme Cunha & Cintra e o Manual de Redação da Presidência da República, essa classificação é a esperada pela norma-padrão.
Resumo das regras:
– Ditongo nasal: vogal + semivogal na mesma sílaba, ambas nasalizadas (ex: “mão”, “põe”, “limões”).
– Dígrafo: duas letras = um único fonema (ex: “lh” em “velho”, “ranho”; “ch” em “chave”).
Análise da alternativa ERRADA:
Se a questão fosse marcada como errada, haveria um equívoco conceitual, pois tanto os ditongos nasais quanto os dígrafos citados estão corretamente exemplificados e definidos conforme a gramática normativa.
Pontos de atenção e pegadinhas:
Uma armadilha comum é confundir o que é nasalidade: um dígrafo nasal ocorre em “am”, “em”, “on”, mas nem todo dígrafo forma um ditongo. Além disso, ditongo é referente ao encontro vocálico na mesma sílaba – se separado em sílabas, não é ditongo. Neste caso, os exemplos estão corretos.
Dica: Revise por exemplo listas de ditongos e dígrafos frequentemente cobrados, e sempre leia atentamente o contexto e a estrutura silábica das palavras destacadas na questão.
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