As inovações tecnológicas do período da
Revolução Industrial levaram ao
desenvolvimento intelectual dos trabalhadores
das fábricas.
Com a Revolução Industrial (século XVIII), os
artesãos sofreram um processo de transformação
das suas condições de trabalho, com a perda de
conhecimentos tradicionais e a submissão à rígida
disciplina da fábrica. Nesse novo ambiente, eles “só
precisariam aprender a operar a máquina” (Texto
adaptado de LORENSETTI, Everaldo. O surgimento
da Sociologia. In: LORENSETTI, Everaldo et al.
Sociologia: ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006,
p. 27). Com base nessa afirmação, assinale o que
for correto.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: mecanização e reorganização do trabalho durante a Revolução Industrial — transformação do trabalho artesanal para o trabalho fabril, com perda de autonomia, fragmentação das tarefas e disciplina temporal e hierárquica.
Resumo teórico: a implantação de máquinas e a produção em fábricas provocaram o que se chama de deskilling (redução das exigências de habilidade do trabalhador) e de uma forte supervisão. Autores clássicos: Karl Marx (noções de alienação e exploração), E. P. Thompson (sociologia da classe operária) e Harry Braverman (Labor and Monopoly Capital, 1974) mostram que a tecnologia, quando organizada em sistema fabril capitalista, tende a controlar o processo produtivo e a transferir conhecimentos do trabalhador para a máquina/patrão, não ao desenvolvimento intelectual generalizado dos operários.
Por que a alternativa E é correta: a frase proposta afirma que as inovações tecnológicas "levaram ao desenvolvimento intelectual dos trabalhadores". Isso é incorreto porque, historicamente, a mecanização do século XVIII/XIX reduziu a necessidade de conhecimentos tradicionais dos artesãos — muitos passaram a executar movimentos repetitivos e parciais, seguindo ritmos e ordens da fábrica, sem controle sobre o processo produtivo. Em vez de ampliar capacidades intelectuais, houve especialização empobrecedora e maior controle sobre o tempo e o comportamento dos trabalhadores (Marx; Braverman; Lorenetti, citado no enunciado).
Exemplo prático: tecelões artesanais que dominavam todo o ofício viram-se transformados em operários de teares a vapor, realizando apenas uma operação repetitiva sob vigilância, perdendo autonomia e saberes técnicos.
Fontes recomendadas: LORENSETTI (texto do enunciado), Karl Marx — O Capital; Harry Braverman — Labor and Monopoly Capital (1974); E. P. Thompson — The Making of the English Working Class (1963).
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