A urbanização em países capitalistas de industrialização tardia se caracterizou pela migração de um grande contingente populacional para as cidades, que cresceram de forma muito rápida. Entretanto, o setor industrial revelou-se incapaz de absorver a demanda de trabalhadores vindos do campo, o que gerou a formação de um enorme setor informal.

O quadro descrito acima levou a um importante processo presente na urbanização de países pobres denominado:

Alternativa correta: A - segregação socioespacial

Tema central: trata-se da urbanização em países de industrialização tardia, caracterizada por migração massiva do campo para a cidade e incapacidade da indústria formal em absorver toda a mão de obra. Isso leva à expansão do setor informal e à distribuição desigual do espaço urbano.

Resumo teórico: em processos rápidos de urbanização, especialmente em países pobres ou de industrialização tardia, a população que chega às cidades sem inserção no mercado formal tende a ocupar áreas periféricas ou ocupações informais (favelas, loteamentos irregulares). Esse padrão gera segregação socioespacial: diferenciação e separação de grupos sociais no espaço urbano, com acesso distinto a serviços, emprego e infraestrutura (ver UN‑Habitat; IBGE; Milton Santos).

Justificativa da alternativa A: o enunciado descreve exatamente o cenário que produz segregação socioespacial — enorme setor informal e crescimento rápido e desordenado das cidades, resultando em separação residencial e desigualdade territorial. Portanto, a alternativa A é a que melhor sintetiza o processo descrito.

Análise das incorretas:

B - robotização nas indústrias: refere‑se a automação tecnológica; não explica migração rural-urbana nem a formação de setor informal. É tema de transformação produtiva, não consequência direta da incapacidade de absorção de trabalhadores.

C - metropolização urbana: descreve concentração populacional e formação de áreas metropolitanas; embora relacionada ao crescimento urbano, não enfatiza a segregação socioespacial nem a informalidade resultante do desemprego estrutural.

D - desconcentração produtiva: trata da realocação de atividades industriais para fora dos centros (descentralização produtiva). Pode ocorrer em outro contexto, mas não é a consequência direta descrita — o destaque do enunciado é a falta de vagas formais e o surgimento do setor informal e da segregação.

Dica de interpretação: busque palavras-chave no enunciado: "industrialização tardia", "incapaz de absorver", "setor informal" — elas apontam para desigualdade espacial e exclusão socioeconômica, sinalizando segregação socioespacial.

Fontes recomendadas: UN‑Habitat (World Cities Report), estudos do IBGE sobre urbanização e obras de referência em geografia urbana (Milton Santos).

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