Será que assistiremos à decadência gradativa das grandes cidades, como
aconteceu com os antigos distritos industriais e zonas portuárias? Ou
viveremos um processo de renovação urbana baseada em conceitos de
sustentabilidade? Uma coisa é certa: não há mais lugar para a política de terra
arrasada, fundamentada no urbanismo moderno de destruir para reconstruir
e que teve seu apogeu no século passado. A ideia de que no futuro as cidades
deverão ser mais densas e compactas é perfeitamente justificável.
JANOT, Luiz Fernando. O GLOBO, 26/08/2017.
Sobre as soluções urbanísticas baseadas na sustentabilidade, analise as
afirmações a seguir.
I As cidades compactas devem gerar uma economia de escala na
utilização das redes de infraestrutura urbana já existentes, o que
racionalizaria os investimentos e viabilizaria a recuperação de áreas
estagnadas ou decadentes.
II As cidades devem integrar os sistemas modais de transporte
coletivo, o que permitiria maior mobilidade e facilitaria os
deslocamentos entre as diferentes regiões do espaço urbano.
III As cidades sustentáveis devem concentrar habitação, comércio,
escritórios, escolas e áreas de lazer em um ambiente urbano
integrado, o que diminuiria a necessidade de deslocamentos
intraurbanos.
Está correto o que se afirma em
Gabarito comentado
Resposta correta: E — I, II e III.
Tema central: sustentabilidade urbana e estratégias de planejamento para cidades compactas e integradas. Essa questão exige conhecimento sobre densificação, mobilidade integrada e uso misto do solo — temas presentes no Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e nas diretrizes do ONU‑Habitat.
Resumo teórico: Cidades sustentáveis buscam reduzir deslocamentos, otimizar redes de infraestrutura e favorecer usos diversificados do solo. A compactação urbana permite aproveitar infraestruturas existentes (economia de escala), a integração modal melhora mobilidade e a convivência de residências, serviços e lazer (uso misto) diminui a necessidade de longos deslocamentos.
Por que I, II e III são verdadeiras:
- I — Economia de escala: adensar populações em áreas com redes já implantadas (água, esgoto, energia, transporte) reduz custo por usuário e torna viável reabilitar áreas centrais decadentes.
- II — Integração modal: articular ônibus, metrô, trens, ciclovias e caminhabilidade amplia alcance e eficiência do transporte coletivo, reduzindo o uso do carro e os tempos de viagem.
- III — Uso misto: concentrar moradia, comércio, serviços, escolas e lazer em áreas próximas reduz deslocamentos intraurbanos e incentiva mobilidade a pé e por bicicleta.
Análise das alternativas incorretas (por que são erradas):
- A (I e III) — incorreta por excluir a importância da integração modal (II), que é essencial para a mobilidade urbana sustentável.
- B (II somente) — reduz demais o escopo: a integração modal é necessária, mas sozinha não garante recuperação de áreas ou redução de deslocamentos sem adensamento e uso misto.
- C (I e II) — deixa de fora o uso misto (III), que é central para diminuir a necessidade de deslocamentos.
- D (II e III) — não considera a economia de escala na infraestrutura (I), fator importante para viabilizar financeiramente a renovação urbana.
Dica para concursos: identifique termos-chave como "economia de escala", "integração modal" e "concentração de usos" — se todos são coerentes com sustentabilidade urbana, a alternativa que os reúne tende a ser a correta. Cuidado com opções parciais que deixam de fora um elemento essencial.
Fontes úteis: Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001); Diretrizes do ONU‑Habitat; publicações sobre planejamento urbano sustentável e mobilidade integrada.
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