A respeito da Floresta Amazônica no Brasil, o geógrafo
AbSaber afirmava, em 1996, que, apesar de sua imensidão
(quase 40% do território brasileiro), ela não estará ali para
sempre e “o maior patrimônio natural do país está sendo
torrado” sem o brasileiro perceber.
(AB SABER A Amazônia do discurso à práxis
São Paulo: Edusp, 1996)
A esse respeito, podemos afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: expansão da fronteira agrícola e desmatamento na Floresta Amazônica. A questão pede identificar a causa principal do avanço sobre áreas florestais: entende-se aqui o movimento de produção agropecuária (soja e pastagens) que, após ocupar outras biomas como o Cerrado, avança sobre remanescentes florestais.
Resumo teórico rápido: o desmatamento na Amazônia é resultado de processos socioeconômicos (consolidação de fazendas, plantio de soja, pecuária) e de infraestrutura (rodovias) que abrem o acesso. Fontes de referência: dados do INPE (sistemas PRODES/DETER) mostram que conversão para pastagem e expansão agrícola estão entre os principais vetores do desmatamento; relatórios da FAO e estudos acadêmicos corroboram esse padrão.
Por que a alternativa A é correta
A afirmação diz que, depois do avanço sobre o Cerrado, a fronteira agrícola — com plantações de soja e pastagens — avança sobre áreas onde ainda há floresta. Isso descreve precisamente a dinâmica histórica e atual: produtores buscam novas áreas para agricultura e pecuária, levando à conversão de florestas em pastos e lavouras. Exemplos práticos: expansão da soja no MATOPIBA e avanço no sul do Pará/estado amazônicos ligados à pecuária. Relatórios do INPE e pesquisas sobre uso da terra sustentam essa interpretação.
Análise das alternativas incorretas
B — Incorreta. O Projeto Carajás (mineração em Pará) causa impactos locais e áreas de remoção vegetal, mas não explica as “grandes extensões desflorestadas” espalhadas pela Amazônia. O principal motor do desmatamento em escala regional tem sido conversão para agricultura e pecuária, não apenas mineração.
C — Parcialmente enganosa. A queimada (manejo por fogo) é técnica utilizada para limpar áreas, mas é um método/procedimento — não a causa primária da grande fronteira de desmatamento. O fator determinante é a conversão de uso do solo (criação de pastagens, lavouras); o fogo é muitas vezes a ferramenta usada nesse processo, não a razão socioeconômica central.
D — Incorreta. Rodovias realmente facilitam o desmatamento ao dar acesso, mas não geram “uma intensa e complexa rede urbana” na Amazônia como consequência direta. Em geral, geram ocupação rural, loteamentos, vilas e expansão agropecuária, não necessariamente grandes centros urbanos complexos.
Estratégia de prova
Procure palavras-chave e sequência lógica (ex.: “depois de devastar o Cerrado” indica avanço espacial). Diferencie causa estrutural (uso do solo, economia) de instrumentos/efetores (queimada, rodovias, mineração). Verifique nomes geográficos e projetos — saber onde fica Carajás ajuda a eliminar alternativas erradas.
Fontes recomendadas: INPE (PRODES/DETER), IBGE — pesquisas sobre uso e cobertura da terra, relatórios da FAO sobre conversão de terras.
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