Com o pós-fordismo, a ‘desmetropolização’ gerou um esvaziamento de investimentos produtivos nas tradicionais
metrópoles mundiais e afetou, inclusive, as áreas emergentes da América Latina e Ásia do Sul. Em algumas
grandes metrópoles, buscam-se ações que reduzam os
impactos do desmonte dos setores geradores de emprego que afeta milhões de pessoas em megarregiões densamente povoadas.
Nesse contexto, leia os trechos selecionados a seguir:
(...) O Rio de Janeiro, ao longo de sua história, exerceu
papel de protagonista na produção cultural e intelectual (...) do Brasil. Não podemos compreender o país
sem a bossa nova, o samba e o funk; sem as novelas
e os filmes produzidos e ambientados na cidade; sem a
moda da praia e do subúrbio carioca; sem os projetos
de arquitetos, designers e publicitários que se alimentaram da cultura carioca, única, em seus processos de
criação. (...) É justamente este histórico que nos faz defender (...) tais ações (...) como um eixo central do desenvolvimento do Rio de Janeiro e, consequentemente,
como preocupação primordial no planejamento e gestão
das políticas públicas municipais. (...)
(Adaptado de trechos da entrevista do geógrafo João Luiz de Figueiredo ao jornal o Globo On Line, Opinião, de 14/06/2017.
Endereço eletrônico: https://oglobo.globo.com/opiniao/cultura-criatividade-contra-crise-21333327#ixzz5Nv3c6brD. Acesso: 21 de julho de
2018)
No trecho citado, o geógrafo se refere a um modelo de políticas públicas municipais para a cidade do Rio de Janeiro
que priorize a
Gabarito comentado
Alternativa correta: A - economia criativa
Tema central: a questão aborda políticas públicas urbanas que priorizam a produção cultural e criativa como eixo de desenvolvimento econômico e social — estratégia típica da economia criativa.
Resumo teórico: A economia criativa valoriza atividades cujo insumo principal é a criatividade, cultura e conhecimento: música, audiovisual, moda, design, publicidade, artes e software cultural. Conceitos-chave: cadeias produtivas culturais, clusters criativos, valorização de capital simbólico e territorial. Autores e instituições de referência: Richard Florida (creative class), UNESCO e UNCTAD (relatos e diretrizes sobre indústrias culturais).
Justificativa da alternativa A: O texto lista bossa nova, samba, novelas, moda, arquitetos e publicitários — todas evidências de setores culturais/criativos. O geógrafo defende ações que coloquem a cultura e a criatividade como eixo central do desenvolvimento e do planejamento municipal, exatamente o objetivo das políticas de economia criativa (fomentar talentos, indústrias culturais e turismo cultural).
Análise das alternativas incorretas:
B - flexibilização da indústria: refere-se a mudanças nas relações de trabalho e produção (pós-fordismo), não a políticas que valorizem cultura e criação.
C - globalização da cultura: é um processo estrutural (difusão cultural transnacional), não uma proposta municipal de valorização produtiva centrada na criatividade.
D - modernização portuária: política infraestrutural específica; o trecho enfatiza setores culturais, não logística ou comércio portuário.
E - valorização da construção civil: embora urbanismo e obras possam gerar emprego, o foco do trecho é a economia simbólica e criativa, não a edificação civil.
Estratégias para resolver a questão:
- Procure palavras-chave: "bossa nova", "samba", "novelas", "design" → indicam cultura/indústrias criativas.
- Distinga processos (globalização, pós-fordismo) de políticas públicas propostas (economia criativa, modernização portuária).
- Desconfie de alternativas plausíveis economicamente (construção civil) quando o enunciado enfatiza valor simbólico e produção cultural.
Fontes úteis: UNESCO — relatórios sobre indústrias culturais; Richard Florida — "The Rise of the Creative Class"; UNCTAD — estudos sobre economia criativa.
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